Imersão acontece nos espaços urbanos da cidade, promovida pelo observador de pássaros Marcelo da Rocha.
A presença de aves é um indicador da qualidade ambiental de uma região. É cada vez maior o interesse das pessoas na observação de pássaros, as quais comtemplam, interagem, filmam, fotografam e inserem esses registros em sites voltados para comunidades com essa finalidade.
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Há duas décadas, o guia de turismo Marcelo da Rocha dedica-se a esse ofício nobre em Foz do Iguaçu. Ele conduz grupos pela área urbana da cidade, preferencialmente perto dos locais em que essas pessoas moram, para praticar a observação de pássaros.
Quando começou, matava aulas para percorrer matas e fazendas em busca de cantos e dos coloridos dos pássaros. Sua “escola” de observação foi quando começou a trabalhar em uma empresa dentro do Parque Nacional do Iguaçu (PNI).
De lá para cá, já catalogou mais de 400 aves e criou o projeto Vem Passarinhar Foz, em que passeia com moradores e turistas revelando quais são os pássaros que habitam alguns espaços urbanos de Foz do Iguaçu. Nas andanças, dá informações sobre a fauna e a flora em geral, e evidencia a importância de se proteger o meio ambiente.
“As pessoas solicitam uma observação, e a fazemos em grupo”, expõe Marcelo, que se especializou nessa atividade. “Eu prefiro ir ao local, ao ambiente em que elas moram, para que comecem a perceber e valorizar a diversidade que está próxima, e a variedade de aves que conseguimos encontrar em Foz do Iguaçu”, contou em entrevista no Programa Marco Zero.
Assista à entrevista:
“No ambiente urbano, a gente começa a fazer essa descoberta das aves e dos ambientes, prestando mais atenção naquilo que às vezes passa despercebido”, ressaltou Marcelo. “A observação pode ser feita em qualquer lugar da cidade, com as aves que fazem parte do cotidiano das pessoas”, afirmou.
Nos passeios, além das informações técnicas, a observação contempla o uso de equipamentos como binóculos, para potencializar as descobertas. “E não só pássaros, como percebemos no caminho os animais e as muitas espécies de orquídeas nos topos das árvores”, exemplificou.
Conexão com a natureza
O guia de turismo especializado em observação de pássaros enfatizou a importância da conexão com o meio ambiente. “Uma caminhada na natureza é sempre uma descoberta, nunca uma é igual à outra. Por isso temos esse turismo em que as pessoas viajam o mundo para conhecer o que nos resta do planeta e o que deixaremos para as gerações futuras”, alertou.
Para ele, há uma redução dos rincões urbanos de bosques, mananciais e banhados de água. “Precisamos pensar como queremos essa biodiversidade rica no longo prazo. Poderíamos dar mais qualidade de vida para a população tendo essa vegetação nativa preservada”, avaliou.
A “floresta é fábrica de água pura, de clima mais ameno. Quanto mais florestas, menos temporal temos”, sublinhou o observador de pássaros. “Nossa missão como guia é sensibilizar, alertar as pessoas para esse potencial que temos e nem percebemos”, disse.
“E que contato com a natureza que é essencial: não existirá qualidade de vida se a gente não deixar a natureza para a geração futura. Interagir com o meio ambiente é fazer uma viagem ao nosso próprio interior, às nossas raízes mais ancestrais. O contato com a natureza é um privilégio, é impagável”, concluiu Marcelo Rocha.
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