Nascida no Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu, no ano de 2016, a onça-pintada melânica (com pelagem preta) Cacau encarou, na semana passada, uma viagem de 30 horas até Corumbá de Goiás (GO), nos arredores do Distrito Federal. O objetivo é uma tentativa de acasalamento com Oxóssi, macho que vive no abrigo do Instituto NEX.
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O trajeto de 1,5 mil quilômetros foi percorrido de caminhonete, com uma caixa especialmente preparada para Cacau, que passou por um período de adaptação e não precisou ser sedada. A ação faz parte do Programa Nacional de Manejo Ex Situ da Onça-Pintada, coordenado pela Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
A viagem foi acompanhada pelo médico-veterinário Pedro Henrique Ferreira Telles e pelo biólogo Marcos José de Oliveira, ambos da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu. Os dois se dividiram nas tarefas de dirigir a caminhonete e oferecer os cuidados básicos para a onça, com paradas a cada duas horas e pausa noturna para repouso.
“Foi uma viagem cansativa para os motoristas, mas bastante tranquila para a Cacau. A gente abria a ventilação da caixa nos momentos de maior calor e fechava quando esfriava”, relatou Pedro Henrique, em material distribuído pela assessoria de Itaipu.
A troca genética entre onças do Cerrado e da Mata Atlântica é considerada fundamental para a preservação da espécie. Após a temporada no Centro-Oeste brasileiro, Cacau será levada para o Zoológico Municipal de Curitiba, onde terá um recinto especial. O espaço está em fase de construção, com previsão de conclusão nos últimos meses de 2023.
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