Moradores fazem abaixo-assinado contra instalação do Porto Seco na Região Leste de Foz do Iguaçu

Receita Federal do Brasil (RFB) vai lançar edital para construção de entreposto em outro local da cidade no dia 13 de março

Um abaixo-assinado lançado nas redes sociais, nessa quinta-feira, 16, por moradores de Foz do Iguaçu, reivindica que o novo Porto Seco não seja construído na Região Leste da cidade, onde há concentração de mata verde, loteamentos, condomínios e o Rio Tamanduazinho.  O prédio da atual estrutura, localizado na BR-277, próximo ao CTG Charrua, está com a capacidade limitada. 

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Com a chamada Porto Seco em área urbana, não, a petição eletrônica recebeu mais de 1,2 mil assinaturas somente no dia do lançamento. 

A construção das instalações para o Porto Seco, que terá uma estrutura 70% maior em relação à atual, está prevista no edital de licitação a ser lançado dia 13 de março pela Receita Federal do Brasil (RFB). O investimento estimado é de R$ 304 milhões pelos próximos 25 anos, dos quais R$ 243 milhões nas primeiras etapas e R$ 61 milhões até o término da concessão.

No documento, a RFB elenca três regiões da cidade que poderão abrigar a obra, duas na Região Leste e uma na Região Nordeste, área de Três Lagoas. Os empreendedores interessados precisam habilitar-se e apresentar as licenças ambientais para concorrer.

As áreas disponibilizadas a leste ficam próximas ao traçado da Perimetral Leste, cujas obras já tiveram início. É justamente nessa localidade que a contrariedade por parte de moradores é maior.

Uma das possibilidades é de o entreposto ser instalado na região das avenidas Felipe Wandscheer e Maria Bubiak, uma área já urbanizada com a presença de moradias e comércio.

Docente da Unila que integra o eixo de Urbanismo, Planejamento e Paisagem, do curso de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Desenvolvimento, Patrícia Zandonade é contra a instalação do entreposto em zonas urbanizadas. Na avaliação dela, uma infraestrutura da dimensão do Porto Seco traz enorme impacto para circulação de pessoas e veículos. Ela elenca alguns problemas:

  1. Poluição sonora, atmosférica e de efluentes, com a presença de vários tipos de materiais poluidores e contaminantes. O risco de contaminação do ambiente do entorno existe.
  2. Circulação do entorno fica comprometida e aumentam os riscos de acidentes no trânsito local, principalmente com pessoas.

Para a professora, é preciso tirar o impacto do tráfego de cargas do centro da cidade para melhorar a vida e a segurança de moradores, no entanto não está correto apenas transferir os impactos e riscos do transporte pesado para moradores dos bairros e da periferia leste.

“Seria importante mapear junto da prefeitura quais as glebas possíveis fora das áreas urbanizadas, em diálogo com seus possuidores ou proprietários, e em seguida discutir com a população envoltória sobre sua implantação ou não”, diz Patrícia. Ela ainda salienta que é equivocado deixar para as empresas “escolherem” a área urbana para instalação de uma infraestrutura desse porte.

Mestre em Urbanismo e coordenador  de Pesquisa e Extensão da UniAmérica, Alexandre Balthazar enfatiza que a Avenida Maria Bubiak é um corredor turístico que liga a zona norte da cidade ao aeroporto, possui hotéis, grandes loteamentos, um projeto de museu do arquiteto Oscar Niemeyer e, naturalmente, tem uma vocação residencial e de expansão do turismo. “Um porto seco irá, inevitavelmente, degradar essa região”, coloca.

Características

O Porto Seco terá uma área inicial de 277.578 metros quadrados, com previsão de ampliação para 351.206 metros quadrados. Abrigará, além da estrutura da Receita Federal, outros órgãos de fiscalização.

O entreposto é responsável pelo despacho aduaneiro e armazenamento de mercadorias. Maior da América Latina em volume de cargas, o Porto Seco de Foz registrou, somente nos primeiros seis meses do ano passado, a movimentação de cem mil caminhões que passaram por operações de exportação e importação.

Conforme o edital, o vencedor da licitação terá prazo de 18 meses para iniciar as atividades no Porto Seco, a partir da data de publicação do resumo do contrato no Diário Oficial da União.

Localização conforme edital de licitação

As três regiões da cidade propostas no edital precisam ter acesso pavimentado à BR-277 ou a Perimetral Leste:

1) Ao norte da BR-277, entre a região de Três Lagoas e o lago de Itaipu.
2) Ao sul da BR-277 e à direita da Perimetral Leste, no sentido BR-277.
3) À esquerda da Perimetral Leste, no sentido BR-277, mas obrigatoriamente às margens da estrada, para não ocasionar trânsito na parte central da cidade.

Mais informações no edital:

01 Minuta do Edital de Licitação (1).pdf

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4 Comentários
  1. Gustavo Diz

    Certo e encostar os caminhões, e deixar esse povo tudo passar fome. Pq tudo caminhão atrapalha agora ver lado do caminhoneiro ninguém vê, tão no conforto de suas casas… Vão buscar oque comer nas costas isso sim era certo

  2. Anônimo Diz

    Isso não passa de uma brincadeira essa cidade precisa ter alguém de pulso firme que fassa oque tem que fazer e pronto.antes ninguém falava nada pelas árvores que estavam sendo derrubada agora já aparece alguém contra.é bem como eu vi um cara falar tem que deixar que a comida que é vendida no mercado venha de carro ou de ônibus ou avião porque o caminhão só traz problemas pra um bando de trouxa

  3. Anônimo Diz

    Ninguém está reclamando dos caminhoneiros ou dos caminhões, a reclamação é referente a localidade de instalação do porto-seco.

  4. effeque Diz

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