Dois filhotes machos de jacutinga, Ameixa e Tingo, que nasceram no Parque das Aves de Foz do Iguaçu, ganham asas, neste dia 2 de maio, rumo a São Paulo. Na nova moradia, no distrito de São Francisco Xavier, serão reabilitados com a meta de introduzi-los na Serra da Mantiqueira. A iniciativa é possível por meio do Projeto Jacutinga, da SAVE Brasil – Sociedade para Conservação das Aves do Brasil.
A jacutinga é natural da região da Mata Atlântica e está ameaçada de extinção no Brasil. Entre os motivos, a caça e a degradação de seu ambiente, principalmente com a redução de uma importante fonte de alimento, o palmito-juçara. A população atual é estimada em aproximadamente dois mil indivíduos, mas com tendência ao declínio. Ameixa e Tingo são sementes de esperança para salvar a espécie.
Paloma Bosso, diretora-técnica do Parque das Aves, destaca que ao todo são 15 jacutingas nascidas na unidade e enviadas para integrar o Projeto Jacutinga, coordenado pela SAVE Brasil. “Isso demonstra que estamos trilhando o caminho certo para recuperar a espécie em suas áreas de ocorrência natural”, salienta.
Após os exames de rotina, para fins de controle sanitário, os animais serão acomodados em caixas de transporte feitas pela equipe de infraestrutura do Parque das Aves, seguindo a legislação da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA). Com cortinas, que fecham a janela por onde as aves podem ser observadas, elas terão feno como substrato, além de comida e água suficientes ao longo do trajeto.
“As aves decolarão do Aeroporto de Foz do Iguaçu por volta das 9h50 e serão transportadas através do Voo Solidário, da Latam. Chegando no Aeroporto de Guarulhos, sigo então de carro com elas até São Francisco Xavier. Já fiz essa viagem algumas outras vezes, mas sempre me emociono bastante, pois cada indivíduo aumenta a esperança para toda a espécie”, salienta Paloma.
O Projeto Jacutinga, da SAVE Brasil, começou suas atividades em 2014 com a finalidade de reintroduzir e monitorar jacutingas, com suas ações fundamentadas em pesquisa científica, educação ambiental e articulação com órgãos de fiscalização ambiental.
“Apenas juntos podemos realizar esse trabalho lindo com a conservação de espécies ameaçadas, que vai resultar na reintrodução de mais jacutingas na natureza até termos a confirmação do nascimento de filhotes na região onde estão inseridos. É importante ressaltar também que essa conquista só foi possível graças aos visitantes. Pelo fato de o Parque das Aves ser uma instituição privada, é através dos recursos obtidos na bilheteria, no nosso complexo gastronômico e loja que conseguimos proteger espécies ameaçadas de extinção da nossa Mata Atlântica”, finaliza Paloma.
O parque iguaçuense é a maternidade de 15 exemplares, já destinados ao Projeto Jacutinga.
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