A cultura da caça para consumo interno, comércio de peles e hobby ameaça mamíferos que fazem parte da fauna do Parque Nacional do Iguaçu, reserva verde situada entre Brasil e Argentina. Os principais alvos são a paca, veado, queixada, cateto, anta e cutia. No entanto, por vezes, a onça-parda e a onça-pintada também estão na mira dos caçadores.
A maior parte desses animais consta na lista de espécies de mamíferos ameaçados de extinção no estado do Paraná, conforme o Decreto 7.264/2010. A paca (Agouti paca) e a anta (Tapirus terrestris) estão em perigo; a queixada (Tayassu pecari), criticamente em perigo; e o veado-mateiro e bororó (Mazama americana e Mazama nana), vulneráveis.
No topo da cadeia alimentar, a onça-parda (Puma concolor) e a onça-pintada (Panthera onca), que se encontram respectivamente em perigo e criticamente ameaçada, muitas vezes representam apenas um troféu para os criminosos.
Alguns caçadores ainda chegam a comercializar partes do corpo do animal, como pele e dentes, diz a chefe do Setor de Proteção do Parque Nacional do Iguaçu, Patrícia Kidricki Iwamoto. A caça de mamíferos de médio e pequeno porte afeta diretamente a oferta de alimentos para as onças.
Já a queixada e a anta têm papel fundamental na dispersão de sementes, na fertilização do solo e na renovação da floresta, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP).
Transmitido de geração para geração, o hábito da caça é típico do idiotismo cultural, que é um comportamento regressivo. “É difícil de acreditar que, na sociedade que vivemos hoje, ainda existem pessoas que saem de suas casas, deixam suas famílias, para cometer esse tipo de crime cruel e covarde, aniquilando e acabando com a nossa biodiversidade”, ressalta Patrícia.
Além do comércio ilegal de animais vítimas do predador humano, o homem, há indícios da existência da caça esportiva, porque muitos casos envolvem pessoas de alto poder aquisitivo que usam armamentos e equipamentos sofisticados, os quais são cuidadosamente instalados nos pontos de caça.
Também existem evidências da presença de caçadores com experiência e destreza, que dedicam tempo e energia para escolher melhores locais, dias e horários para caçar, avalia Patrícia. Essa expertise provavelmente foi passada por gerações anteriores.
Fiscalizações
Entre 2019 e junho deste ano, a equipe de fiscalização do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) destruiu 497 estruturas usadas para caça. No mesmo período foram eliminados 61 acampamentos encontrados pela mata. Quarenta e oito pessoas acabaram presas, sendo apreendidas 26 armas de fogo e diversas munições (calibres 12, 22 e 36).
Nos últimos cinco anos, foram realizadas 115 operações anticaça no Parque Nacional do Iguaçu, algumas com apoio da Polícia Militar Ambiental, Polícia Federal, Exército e Polícia Rodoviária Federal.
Quando há prisão em flagrante, tarefa que não é fácil, os caçadores são encaminhados à Polícia Federal e submetidos a multas e processo civil e criminal. A caça está proibida no Brasil desde a década de 1960.
Idiotismo é pouco para esses indivíduos, que geralmente utilizam armas adquiridas de modo ilegal ou sob alegação diferente da caça. O idiotismo pode até ser passível de tratamento, mas o que esses criminosos merecem é prisão, multas pesadas e perda de bens equivalentes ao que a humanidade perde.
Nos últimos 4 anos a caça esportiva foi estimulada por um irresponsável no comando deste país. Não é casualidade, é causalidade. Assim como o aumento de porte de armas foi liberado, assim aumentou a caça ilegal. Tudo tem um porque, e esse porque tem nome e sobrenome.
“Esporte” praticado por covardes que precisam atirar em animais a distância para se sentirem machões. É preciso dizer mais alguma coisa?
Tem q jogar um cara desse pelado dentro do mato e colocar um pessoal p/caçar o indivíduo assim como fazem com os animais.