A produção de hidrogênio verde e de outras fontes de energias renováveis coloca Foz do Iguaçu na condição de importante pilar da transição energética brasileira. Um dos mais recentes projetos é do primeiro motor de ônibus do mundo 100% a combustão de hidrogênio.
O projeto está em desenvolvimento no Itaipu Parquetec, que se tornou referência nacional em pesquisas na área de hidrogênio verde e hoje também tem importante contribuição na produção de petróleo sintético a partir do biogás para geração de combustível sustentável de aviação, sustainable aviation fuel (SAF).
O tema foi debatido no painel “Foz do Iguaçu: como o ecossistema tem desenvolvido ações que estimulam e aceleram a transição energética no Brasil”, durante os eventos Clean Energy Ministerial (CEM) e Mission Innovation (MI), no Hotel Mabu.
Os eventos ocorrem em paralelo à reunião do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20 que está sendo realizado em Foz do Iguaçu e segue até sexta-feira, dia 4.
Diretor de Tecnologias do Itaipu Parquetec, Alexandre Leite disse que parcerias internacionais estão sendo seladas para produzir o motor de ônibus 100% a hidrogênio.
A ideia inicial é fazer testes com os veículos no circuito interno de Itaipu e depois repetir a experiência no itinerário Itaipu–Parque Nacional do Iguaçu, onde os atuais ônibus são convencionais.
Atualmente, explica Leite, o que se tem é o uso do hidrogênio verde para alimentar motores elétricos. Nesse projeto de mobilidade do Itaipu Parquetec, a diferença é que 100% da combustão é de hidrogênio. Por isso, após o processo de combustão água é eliminada no cano de escape do veículo. “100% combustão a hidrogênio é inédito no mundo”, frisa.
Também participaram do painel, mediado pela diretora administrativo-financeira do Itaipu Parquetec, Clerione Herther, o diretor de Desenvolvimento Tecnológico do CIBiogás, Felipe Marques; o diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, Carlos Carboni; e a vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Janine Botton.
Felipe Marques destacou que a produção de biogás é importante enquanto estratégia regional e pode resolver problemas locais relativos a demandas energéticas. Segundo ele, o principal obstáculo para aumentar o investimento em biogás no Brasil é a informação.
“Está muito fácil tomar decisões erradas. As pessoas desconhecem o caminho para aplicar a tecnologia”, declarou. Para reverter a situação, é importante realizar workshops e treinamentos.
G20
Também conhecido por Grupo dos Vinte, o G 20 surgiu após uma sequência de crises econômicas de consequência mundial na década de 1990. Em 2023, o Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do grupo. O G20 reúne países com as maiores economias do mundo que se encontram anualmente.
Além da União Europeia e da União Africana, integram o G20 os seguintes países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.
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