Pesquisadores de Itaipu Binacional, Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Embrapa Florestas e Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) identificaram, no Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu, uma espécie de abelha inédita no Brasil.
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A ação integra o projeto “Diagnóstico e conservação da fauna de Hymenoptera em áreas naturais da Itaipu Binacional, com ênfase em espécies da tribo Meliponini”.
Das oito espécies de abelhas nativas coletadas na área de preservação situada na Região Norte de Foz do Iguaçu, uma é inédita no Brasil: a abelha-limão (Lestrimelita chacoana), normalmente associada a biomas como o Chaco.
As demais espécies coletadas foram borá (Tetragona clavipes), jataí (Tetragonisca fiebrigi), guiruçu (Schwarziana quadripunctata), canudo (Scaptotrigona depilis), arapuá (Trigona spinipes), mirim droryana (Plebeia droryana) e mirim nigriceps (Plebeia nigriceps).
Edson Zanlorensi, supervisor da iniciativa por Itaipu, explicou que as equipes estabeleceram protocolos de avaliação, tombamento, identificação e registro de todas as espécies de abelhas em campo na área do refúgio.
“Amostras de todas as espécies encontradas nos ninhos naturais, nas colônias capturadas, nas iscas artificiais e nas colônias instaladas em caixas térmicas foram coletadas, organizadas e identificadas conforme a taxonomia”, disse.
Guilherme Schnell, pesquisador da Embrapa Florestas e doutor em Ciências Biológicas, destacou que o conhecimento sobre as espécies é fundamental para conservar a biodiversidade de toda a região.
“Também tem grande importância, por exemplo, para subsidiar outros trabalhos de pesquisa, para a educação ambiental e capacitação técnica”, complementou.
Já o professor da Unila Fernando César Vieira Zanella, doutor em Entomologia, ressaltou que a pesquisa viabilizou o inventário da diversidade de abelhas sem ferrão e sua distribuição no espaço do Refúgio Bela Vista, possibilitando reconhecer o valor da área como abrigo para abelhas nativas.
Flavia Rodriguez, analista ambiental do PTI, enfatizou a sinergia entre as instituições envolvidas e afirmou que esse tipo de iniciativa contribui com a consolidação da missão do parque, que busca “transformar conhecimento e inovação em bem-estar social”.
Protocolos de manejo
O trabalho também estabeleceu protocolos de manejo das abelhas sem ferrão e desenvolveu um módulo protetor para as caixas das espécies, para permitir a instalação de colônias em áreas abertas. Esses módulos protegem os animais da ação de predadores, como macacos, quatis, gambás e teiús, entre outros.
“Existe grande interesse na criação das abelhas, e o Refúgio Biológico tem um grande potencial para ser um espaço de referência e difusão não apenas de técnica, como também de material vivo sendo mantido no ambiente da Itaipu”, disse o pesquisador Guilherme Schnell.
Atualmente, segundo Itaipu, mais de cem módulos protetores já estão instalados na área do Refúgio Biológico Bela Vista.
(Com informações de Itaipu Binacional)
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