Nos últimos dias, a população de Foz do Iguaçu e de várias cidades brasileiras tem convivido com uma forte fumaça e clima seco que prejudicam a saúde e a visibilidade. O fenômeno é resultado dos incêndios que ocorrem no Pantanal, Amazônia, Bolívia e Paraguai, segundo o meteorologista Lizandro Jacóbsen, do Simepar.
Ele explica que o fluxo dos ventos está transportando a fumaça das queimadas em direção ao Sul do país, o que atrapalha o aparecimento do sol e a qualidade do ar.
Essa condição climática deve prosseguir até sexta. No sábado, é aguardada uma frente fria no Paraná que provocará chuva e limpará a atmosfera, reduzindo o déficit hídrico, relata. Em regiões de Santa Catarina, próximo à fronteira com a Argentina, a perspectiva é de o tempo mudar já a partir desta quinta, diz Jacóbsen.
A umidade relativa do ar em Foz do Iguaçu nesta segunda-feira, dia 9, às 15h, estava em 32,4%, bem abaixo do normal, que é acima dos 50%.
Mudanças climáticas
A seca e a ocorrência de incêndios são resultado das mudanças climáticas pelas quais o planeta passa. O quadro é resultante de uma série de fatores, incluindo o aquecimento global.
De acordo com a ONG WWF Brasil, o Pantanal enfrenta, desde 2019, o período mais seco das últimas quatro décadas o que é reflexo da emergência climática associada ao desmatamento nas cabeceiras dos rios que banham o bioma.
A imagem do sol, avermelhada, que tem sido registrada nas redes sociais nos últimos dias, indica a concentração de gases e partículas no ar.
A fumaça tem componentes tóxicos, tais como monóxido de carbono (CO) e material particulado fino (PM2.5), que são partículas minúsculas. A exposição prolongada pode agravar doenças respiratórias e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
Recomendações
Pelo fato de a situação estar crítica em várias partes do país, o Ministério da Saúde emitiu, no dia 3 de setembro, uma nota com as seguintes recomendações à população:
- Aumente a ingestão de água e líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas e protegidas.
- Permaneça em ambientes fechados, preferencialmente bem vedados e com conforto térmico adequado. Quando possível, busque ambientes com ar condicionado e filtros de ar para reduzir a exposição.
- Mantenha portas e janelas fechadas durante os horários de maior concentração de poluentes no ar, para minimizar a penetração da poluição externa.
- Evite atividades físicas ao ar livre durante este período do ano.
- Não consuma alimentos, bebidas ou medicamentos que tenham sido expostos a detritos de queima ou cinzas.
- Utilize, preferencialmente, máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100, que podem reduzir a inalação de partículas se usadas corretamente por pessoas que precisem sair de casa. No entanto, a recomendação prioritária é permanecer em locais fechados e protegidos da fumaça.
- Fonte: Ministério da Saúde
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