Os médicos-veterinários da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu Binacional, Pedro Henrique Teles e Aline Luiza Konell, tiveram que fazer uma cesárea de emergência no mamãe, a Menina.
“Foi um momento tenso, tivemos que estudar bastante para fazer a cirurgia”, conta Aline.
Tenso e demorado. A operação levou duas horas. Mas foi bem sucedida.
Desde 17 de maio, Tony faz parte do plantel de seis bugios do Refúgio.
CRIADA POR HUMANOS
A veterinária acredita que Menina não conseguiu fazer o parto normal por deficiência anatômica, ou seja, sua pélvis não abriu o suficiente.
E tem uma hipótese pra isso: alimentação equivocada na fase de desenvolvimento da bugia.
“Ela foi criada na mão, por humanos, a vida toda”, explica Aline.
Com 6 anos, Menina chegou ao Refúgio vinda do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Tijucas do Sul (PR).
Vítima do tráfico de animais silvestres, a bugia foi resgatada pela Polícia Ambiental.
ANIMAL DÓCIL
Como passou a vida junto com humanos, Menina é dócil, o que de certa forma facilitou o trabalho dos médicos no parto.
“Nós conseguimos fazer o ultrassom e monitorar os batimentos dela e do filhote”, explica Aline. cesárea.”
Mais problemas com Tony: o bichinho nasceu com 255 gramas e, em suas primeiras horas de vida, tinha uma má formação na cabeça.
É que “ele ficou muito tempo preso ao canal e a cabecinha ficou deformada”, diz a veterinária.
Porém, algumas horas depois, o rosto do bichinho foi tomando a forma correta.
GRUDADO NA MÃE
Como ele está hoje? Com mais de um mês, está bem saudável e, claro, não desgruda da mamãe.
E assim será pelos próximos quatro meses, quando deve largar o colo da mãe e ter suas primeiras aventuras.
Nesse período, o pai, Ruivão, um bugio de seis anos, que chegou do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), fica afastado da família.
Mas, depois, ele volta a conviver com mãe e filho, o que é importante para a socialização do filhote.
TEMPORADA DE NASCIMENTOS
O Refúgio Biológico Bela Vista comemora 37 anos, nesse domingo (27), com bons resultados nos programas de reprodução dos animais silvestres.
No último dia 17, nasceu um cervo-do-pantanal, depois de 8 anos sem reprodução dessa espécie. Batizado de Charles, o cervo é o 18º nascido no Refúgio.
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