Com chuva, sem chuva: a paisagem dos rios que cortam Foz

O Iguaçu – e as Cataratas, claro – está com boa vazão porque chove ao longo do seu curso. Já o Paranazão não muda de cara há meses.

Choveu – e ainda chove – na região de Curitiba, em União da Vitória e na região de Guarapuava. Chuva boa, que fazia falta e, com este vigor, não se via há um bom tempo (com perdão do trocadilho).

Chove também no Litoral do Estado e na Serra do Mar, onde o Rio Iguaçu tem suas nascentes; e no encontro dos rios Iraí e Atuba, no leste de Curitiba. Esses dois rios formam o Iguaçu.

Resultado: a vazão nas Cataratas do Iguaçu, embora tenha diminuído pela metade nos quatro últimos dias, ainda enche os olhos dos visitantes.

O monitoramento hidrológico feito pela Copel mostra que a vazão das Cataratas, às 9h desta segunda-feira (16), estava em 884 metros cúbicos por segundo (m³/s). Ou 884 milhões de litros por segundo, se você preferir.

Na sexta-feira, 13, havia atingido o pico de 1.880 m³/s, acima da vazão de períodos considerados “normais” (1.500 m³/s).

Por que diminuiu? Uma explicação pode ser que as usinas instaladas ao longo do Rio Iguaçu aproveitaram a grande afluência para encher seus reservatórios, nos últimos dias.

E aproveitaram, também, para produzir mais, já que aproveitar a água é fundamental para ao menos paliar a crise energética que teremos aí pela frente, com possibilidade até de apagões.

Mas, como as usinas estão turbinando mais (gerando mais energia), vem mais água rio abaixo. E o espetáculo nas Cataratas fica ainda mais garantido.

https://fb.watch/7q9f1zzyDL/

FALTA DE ÁGUA

Na região da Grande Curitiba, as chuvas de agosto já superaram, nas primeiras duas semanas, a média histórica para o mês, que é de apenas 81 milímetros.

Curitiba teve o maior volume de chuva desde junho. Talvez ajude a amenizar a crise no abastecimento, já que o baixo nível dos reservatórios obrigou a Sanepar a adotar um rodízio mais severo no abastecimento.

Nesta segunda-feira, chovia forte na capital e municípios vizinhos. E praticamente em toda a extensão do Paraná percorrida pelo Rio Iguaçu.

PRÓXIMOS DIAS

Sol e muito calor no Paraná, nos próximos dias. E Foz, claro, não será exceção. Por aqui, 35 graus. Foto Patrícia Iunovich

Em todas as regiões do Estado, a previsão do Simepar é que os próximos dias sejam secos. Fim da chuvarada. Mas o que caiu já é suficiente para deixar o Rio Iguaçu com bom nível até o final do mês.

Ao contrário do Paranazão. O monitoramento hidrológico feito pela Itaipu Binacional mostra que, no domingo, o Rio Paraná, na Ponte da Amizade, estava na cota de 93,14 metros acima do nível do mar, cerca de 12 metros abaixo do que seria um nível histórico normal.

Nas regiões em que estão os rios paranaenses que ajudam a “engrossar” as águas do Paranazão choveu nos últimos dias. E chove nesta segunda-feira, como em Ponta Grossa.

Os principais afluentes são o Ivaí e o Piquiri. E, indiretamente, o Tibagi, afluente do Rio Paranapanema, que por sua vez é um dos principais afluentes do Paranazão.

Mas as chuvas na chamada “bacia incremental”, que é esta formada pelos rios paranaenses, não são suficientes para reverter a situação do rio onde está instalada a hidrelétrica que mais garante energia para o Brasil – Itaipu.

Precisa chover no Sudeste brasileiro, com urgência.

Até mesmo para garantir a navegabilidade da hidrovia do Rio Paraná no Paraguai e na Argentina. O Rio Iguaçu hoje contribui bem mais para melhorar a vazão a jusante (abaixo) de Itaipu.

Mas é preciso mais água.

PREVISÃO: NÃO CHOVE

Como fica o tempo no Paraná? Embora com temperaturas variando de região pra região, serão mais elevadas que na semana passada. E não chove no restante da semana.

Em Foz, ficará assim, como já noticiamos:

Só no inverno de Foz! Previsão é de 35 graus, nesta semana

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