Até poucas horas antes, eles lidaram incansavelmente contra um fogo implacável, que ameaçava arrasar uma cidade.
“Como nunca, antes, a chegada da esperada chuva foi celebrada com tanta emoção e júbilo”, noticia o jornal La Nación.
A chuva alegrou toda a população paraguaia, castigada por uma onda de calor e de seca. Mas em especial os bombeiros voluntários, que finalmente tiveram um pouco de sossego.
Em Carapeguá, município do departamento de Paraguarí a 90 km de Assunção, os bombeiros voluntários não se contiveram, noticia o jornal, e comemoraram debaixo da chuva com gritos de alegria e até uma dança, na noite de quinta-feira, 3.
E com razão, diz o La Nación. Poucas horas antes, eles lutavam incansavelmente contra um incêndio de campo implacável, que ameaçava arrasar a área urbana de Quiindy, município de 16 mil habitantes a uma hora de Carapeguá.
O vídeo da “dança da chuva” dos bombeiros voluntários viralizou nas redes sociais, emocionando milhares de internautas.
O período de chuvas abaixo da média castiga o Paraguai há dois anos, mesmo tempo que também traz os mais diversos problemas para o vizinho Estado do Paraná.
A chuva, que caiu também na sexta-feira e no sábado, ajudou a regar os campos açoitados pelos incêndios florestais, que estavam levando a uma crise no meio ambiente poucas vezes vivida no país vizinho.
Em entrevista ao La Nación, o capitão Juan Valentín García Miró contou que sua equipe estava voltando de Quiindy, para onde tinham ido ajudar a sufocar um incêndio de grande magnitude, quando caiu uma grande chuva na chegada a Carapeguá.
“Foi um momento de muita emoção, porque levamos muitas horas trabalhando e estávamos muito extenuados. Mas essa chuva nos recarregou a energia”, disse.
O presidente do Corpo de Bombeiros Voluntários de Carapeguá, García Miró, contou que, somente em janeiro, houve cerca de 60 saídas para atender a incêndios, mais de dois por dia.
INCÊNDIOS CRIMINOSOS
Em apenas um mês, foram queimados mais de 100 mil hectares no departamento de Paraguarí. E o pior, segundo os bombeiros voluntários, é que 99% dos incêndios são provocados.
“É preciso erradicar esta prática criminosa. Mas, para isso, as instituições têm que funcionar e castigar os que queimam campos inteiros para renovação do pasto ou para eliminar lixo. Há muito vento nesta época, além da seca, e tudo isso faz com que o fogo se expanda como rastilho de pólvora”, disse García Miró.
Há locais, como Paraguarí, que sofrem mais por falta de atenção do governo. “Aqui, todo um departamento se queimou e ninguém veio. Mas se se queima o Ñu Guasu ou a baía de Assunção, até helicóptero põem (em ação)”, criticou.
Pra dar ideia do que representou janeiro para a ação dos bombeiros, o presidente da corporação contou que, somente no mês passado, consumiu-se mais combustível (para os deslocamentos) do que num período de seis meses.
O vídeo, publicado na edição on line do jornal La Nación, foi feito à noite e debaixo de chuva, portanto não há muita nitidez. Mas fica bem evidente a alegria e a emoção dos bombeiros voluntários.
[…] combater o incêndio, o Corpo de Bombeiros Voluntários do Paraguai (CBVP) mobilizou 210 brigadistas e 38 veículos, que isolaram a área do entorno. A grande […]