Um filhote de urutau (Nyctibius griséus) nasceu neste dia 5, Dia da Ave, no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu. Este é o primeiro registro de reprodução da espécie em zoológicos do Brasil.
O ovo foi incubado por mais de 30 dias sob os cuidados da equipe técnica do parque. Em 2021, o casal de urutaus acumulou oito ovos férteis; em 2022, apenas um.
“Como é algo inédito, estávamos há vários dias na expectativa do nascimento, acompanhando cada etapa do desenvolvimento e observando o cuidado parental com extrema dedicação”, comenta Paloma Bosso, diretora-técnica do Parque das Aves.
O parque tem hoje cinco exemplares de urutau, todos fruto de resgates feitos por órgãos ambientais.
O ovo que resultou no filhote foi visto por Mário, um dos tratadores de animais do local. Após a descoberta, as biólogas da equipe de neonatologia, Bianca e Analy, deram início a um monitoramento com um exame de ovoscopia, que consiste na observação do ovo com uma luz.
No dia 3, foi possível perceber o filhote ativo no ovo rompendo a membrana interna. Já no dia 4, havia rachaduras na casca. Para auxiliar no monitoramento, câmeras foram instaladas no recinto das aves.
Características
O urutau é um pássaro de hábito noturno que tem costume de caçar insetos para alimentar-se. A ave voa de boca aberta para fazer a captura das presas. Já durante o dia, permanece imóvel, levando muitas pessoas a pensarem que está ferida ou doente. Isso faz com que os pássaros muitas vezes sejam resgatados sem necessidade.
“Quando encontramos uma ave repousando, o ideal é observá-la a distância, deixando-a descansar com tranquilidade. Porém, se ela realmente estiver ferida, a recomendação é não tocar nos animais, e sim acionar o órgão responsável pelo resgate de fauna na sua região. Lembrando que essa conduta só é necessária quando, de fato, é preciso intervir para salvar a vida do animal”, explica Paloma.
Geralmente os urutaus resgatados são vítimas de maus-tratos, o que os leva a ter dificuldade para alimentar-se, comprometendo a qualidade de vida em ambientes não naturais. Sabendo disso, o Parque das Aves aprimorou os cuidados para acolher essas aves, desde 2011, quando chegaram as primeiras.
Por serem marrons, os urutaus se camuflam com facilidade em troncos de árvores e são relacionados ao mau agouro. A vocalização noturna também é usada como motivação para agressões às aves. No Parque das Aves, elas sempre chegam feridas, muitas vezes com fraturas em asas e lesões variadas no corpo.
(Com informações da assessoria)
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