Salsa, o ‘molho’ para encontros de expressões latino-americanas em Foz do Iguaçu

Grupo Herencia Latina integra pessoas de diferentes sotaques na fronteira e fortalece a cultura na comunidade; assista à entrevista.


Da mescla de culturas, sonoridades e passos dançantes se faz a salsa. A partir desse “molho”, o grupo musical Herencia Latina promove pontos de encontros de expressões latino-americanas em Foz do Iguaçu e região fronteiriça, integra pessoas de diferentes sotaques e fortalece a cultura na comunidade.

Integrantes da orquestra, os músicos Gabriel Rezende e Juan Brizuela, juntamente com o convidado Klésley Brandão, o “Pé de Pano”, foram entrevistados no programa Marco Zero, produção do H2FOZ e Rádio Clube FM 100,9. Eles abordaram a cultura da salsa e a iniciativa de apresentações gratuitas para a comunidade.

Assista à entrevista:

O ponto de encontro, com efeito, é El Punto, um bar e centro indutor de culturas que fica na Região Norte da cidade, no Jardim Universitário, perto de bairros como Vila C e Cidade Nova. No local, Herencia Latina realizou uma agenda de shows gratuitos graças à aprovação de projeto em edital do Fundo Municipal de Cultura de Foz do Iguaçu.

“Muita da produção fica concentrada no circuito hoteleiro, e a gente busca formas de fazer coisas para cidade e na cidade”, explicou Gabriel Rezende, um dos idealizadores do grupo de salsa. Compositor e instrumentista, ele é brasileiro e professor do curso de Música da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

“E a salsa é um ponto de encontro de expressões latino-americanas, que vêm do Caribe mas que outros países a praticam, como Venezuela, Colômbia e outros mais”, elencou. “Trata-se de repertório que muitos países hispanohablantes conhecem, e dançar salsa é um lugar de encontro de pessoas que vieram de países tão diferentes para Foz do Iguaçu”, refletiu.

Dentro da ideia de descentralização da música e da cultura, El Punto foi o lugar para mistura por meio da salsa, reforçou Juan Brizuela, músico argentino, pesquisador e produtor. Ele está desde o ano passado em Foz do Iguaçu para formação em nível de pós-graduação realizada na Unila.

“Embora a cidade tenha alternativas culturais, muitas vezes elas ficam concentradas”, analisou. “Propusemos apresentações mensais do Herencia Latina e fizemos questão de concentrar o projeto na Região Norte para construir um novo público na comunidade”, frisou o artista.

Na salsa do grupo, hoje são sete componentes, podendo ser oito ou nove, brincam. São alunos e professores da Unila, de diferentes regiões do Brasil – inclusive de Foz do Iguaçu –, Colômbia, Venezuela e Argentina. O repertório inclui clássicos de Célia Cruz, Omara Portuondo, Buena Vista Social Club, Cheo Feliciano e mais.

Sotaques múltiplos

Mineiro, o convidado “Pé de Pano”, com experiência com a música e grupos em seu estado e em São Paulo, tocou com o Herencia Latina pela primeira vez em Cascavel (PR), no Oeste. E aproveitou para inserir mais um ingrediente a mais nessa salsa, durante a entrevista ao programa Marco Zero.

“Trazem um repertório que conta com Buena Vista Social Club, mais conhecido do público, mas abrange uma gama de outas sonoridades que não são tão convencionais”, sublinhou. “O Herencia Latina faz pensar a salsa e pontos de confluência e de influência mesmo com a música brasileira”, opinou o músico.

Para Juan, o repertório dos músicos que é levado ao público tem uma dimensão, também, afetiva. “Muitas são canções, salsas que mães e avós cantavam, e as pessoas lembram muito disso. O Herencia, então, tem essa dimensão afetiva no repertório”, concluiu.

Aos clássicos do Buena Vista Social Club o grupo adiciona artistas que não são muito conhecidos no Brasil. “Mas ajudaram a dar projeção à salsa, são a base dessa internacionalização, e a gente retoma todo esse pessoal em nosso repertório”, pontuou Gabriel.

Herencia Latina
Grupo de salsa em Foz do Iguaçu
Saiba mais: @herencia_latina_fozt

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