A presidente do Conselho da Mulher em Foz do Iguaçu, Mara Baran, aborda políticas públicas, violência de gênero, representatividade e “lugar” da mulher; assista.
Quanto mais a mulher entender e usar o seu poder, mais saudável e igualitária será a sociedade. Essa é avaliação da psicóloga e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Foz do Iguaçu, Mara Baran, em entrevista ao programa Marco Zero, no contexto das atividades alusivas ao Dia Internacional da Mulher, o #8M.
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A ativista contextualiza o papel do machismo e do patriarcado, que têm o objetivo de manter a mulher em espaços “menores”, em um “não lugar” e “atrás do homem” em várias culturas. Defende o enfrentamento da violência de gênero – que cresceu na pandemia, afirma – por toda a sociedade e reivindica a igualdade entre homens e mulheres e representatividade.
Assista à entrevista:
“Na historicidade, a mulher é relegada a um não lugar, a espaços secundários”, reflete Mara. “A falta de equidade faz com que precisemos atuar para que esse lugar seja constituído de maneira mais combativa, o que não deveria ser. O maior desafio é a desconstrução desse ‘papel’, desse ‘lugar de mulher’, que gera desigualdade”, assevera.
A presidente do Conselho da Mulher destaca a importância de mais representatividade feminina em espaços e instâncias decisórias, ainda que tenha havido avanços. “Faz pouco tempo que temos a decisão sobre o próprio corpo. Quem mandava no corpo da mulher era o homem; senão o pai, o marido”, aponta.
Violência contra a mulher
Segundo Mara Baran, a violência de gênero aumentou na pandemia. Ela frisa que nesse período diminuiu a possibilidade de afastamento da mulher do seu agressor. “Aumentaram muito as violências e o feminicídio. Essa violência acontece geralmente no lugar em que a mulher deveria ser protegida, que é no seu lar”, expõe.
Em sua análise, um dos desafios no enfrentamento da violência é a mulher reconhecer que é vítima. “Entender que aquilo que ela está sofrendo é violência, porque fica tudo muito mascarado”, ressalta, estimulando a mulher a procurar ajuda nos serviços públicos de atendimento.
Ações e controle social
Conforme Mara Baran, a manutenção da Patrulha Maria da Penha e do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) é um avanço da política para mulheres em Foz do Iguaçu. Destaca que o conselho mantém interlocução com os órgãos da gestão municipal e com a Câmara de Vereadores.
Ao explicar que o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher exerce o controle social das políticas públicas na área, formado por representantes da sociedade civil e do poder público, Mara convida a comunidade para participar das atividades do órgão. As reuniões plenárias ocorrem na primeira terça-feira de cada mês, em formato híbrido, presencial e on-line, que podem ser acompanhadas pelas redes sociais.
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