Dois eventos em abril irão colocar o poliglotismo no centro do debate em Foz do Iguaçu. Trata-se do lançamento do Relatório Yglota de Nacionalidades e Etnias e do evento cultural O Pequeno Príncipe Poliglota, ambos abertos para a comunidade. As iniciativas foram abordadas no Marco Zero, produção do H2FOZ e da Rádio Clube FM 100,9.
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Assista à entrevista:
No programa, Otto Mendonça, intérprete e tradutor, e Carmem Barudi, escritora e produtora cultural, abordaram a importância do multilinguismo em Foz do Iguaçu e na região trinacional. E o cabedal de elementos a ele ligado, como diversidade, nacionalidade, identidade, cultura e alteridade.
O Relatório Yglota de Nacionalidades e Etnias será lançado no dia 15 de abril (segunda-feira), às 19h30, na Fundação Cultural. A iniciativa ocorrerá em parceria com a Liga Independente de Guias de Turismo de Foz do Iguaçu (Liguia), para profissionais do turismo, professores, estudantes, pesquisadores, realizadores culturais e demais interessados.
A obra Pequeno Príncipe no contexto das múltiplas línguas será no dia 6 de abril (sábado), a partir das 19h, no Quixote Espaço Cultural, em conjunto com o Clube Poliglota e o Instituto Yglota. Nessa data, o livro de Antoine de Saint-Exupéry, um dos mais traduzidos mundialmente, irá completar 81 anos.
Falas, no plural
No Marco Zero, Otto Mendonça explicou que o Instituto Yglota decidiu estudar e apresentar a realidade do multilinguismo nas Três Fronteiras, na forma de um relatório. Foram identificadas, relatou, 95 nacionalidades em Foz do Iguaçu, no período entre 2010 e 2022, e dezenas de etnias.
Ele esclareceu a diferença entre os dois termos. Grosso modo, nacionalidade se refere à pessoa que nasceu em solo nacional. Mas é possível que ela seja de uma origem indígena, sua etnia, que são os diferentes povos. “É possível ser de uma nacionalidade, como a brasileira, por exemplo, e também fazer parte de um etnia, como a guarani”, expôs.
O poliglota defendeu a importância da diversidade linguística e cultural para Foz do Iguaçu e a fronteira, e elencou desafios. “Acreditamos que quando se abraçam pessoas vindas de fora, que trazem experiência, trabalho e cultura, valores são agregados. Um dos desafios é de fato acolher essa diferença para que ela nos enriqueça na vida cultural”, frisou Otto.
O lançamento do relatório tem este objetivo: a partir do diagnóstico, traçar políticas públicas. Durante a apresentação do trabalho, no próximo dia 15, o debate será fomentado com a pergunta: “Quantas nacionalidades existem em Foz do Iguaçu?” A resposta será com dados oficiais para busca de reflexões, soluções e ações na comunidade.
Pequeno Príncipe Poliglota
Na entrevista, Carmem Barudi convidou para o evento Pequeno Príncipe Poliglota, no Quixote, mas também falou sobre a importância da obra e o diferencial da região de contar com tantos sotaques diferentes. Para ela, enriquece o repertório cultural e amplia as possibilidades de trocas humanas.
Sobre o evento, antecipou que sua coleção de edições de O Pequeno Príncipe em várias línguas será exposta. São versões nos idiomas turco e em todas as línguas faladas na Espanha – castelhano, catalão, galego e basco –, uma versão em guarani, entre outras. E trechos da obra serão lidos em diferentes falares pelo mundo.
“É uma obra universal, entre as mais traduzidas do mundo. Tenho muito orgulho de ter uma pequena coleção e que será exposta nos 81 anos do livro”, celebrou. “Convidamos a todos para o evento, que marcará o início do Abril Literário no Quixote, e teremos muitas surpresas”, concluiu Carmem.
Anote na agenda:
- 6 de abril, sábado, a partir das 19h, no Quixote Centro Cultural: Pequeno Príncipe Poliglota, no Quixote.
- 15 de abril, segunda-feira, às 19h30, na Fundação Cultural: lançamento do Relatório Yglota de Nacionalidades e Etnias
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