Igreja São João Batista: arquiteto revela curiosidades e desafios da revitalização

Trabalho de restauração buscou devolver a originalidade, e inclui arte sacra e vitrais; assista à entrevista.

Quando assumiu a coordenação dos trabalhos de reforma e revitalização da Matriz São João Batista, o arquiteto iguaçuense Valdir Garbin tinha como propósito recuperar a originalidade e beleza da construção. Ele falou dos desafios e revelou curiosidades da empreitada, em entrevista durante o programa Marco Zero, juntamente com o padre Bento Jemiun.

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Assista à entrevista:

Mais antiga de Foz do Iguaçu, a igreja completará cem anos na próxima segunda-feira, 24, com uma programação especial já em andamento, religiosa e comunitária. O arquiteto resgatou que em 1925, durante uma comemoração, fogos que caíram acidentalmente no telhado provocaram o incêndio do templo.

“Essa infelicidade marca uma mudança drástica. A população se sensibilizou, sentiu a necessidade de ter uma igreja maior”, expôs Valdir Garbin, que vasculhou documentos do acervo da São João Batista para nortear o trabalho de restauro. “Foi quando começou uma construção em alvenaria, mais robusta e segura, e com acabamento mais refinado”, contou.

Devido às dificuldades de materiais, conforme o arquiteto, a obra demorou quase três décadas para ficar pronta. Em 1978, relatou, houve outra transformação, ampliando a nave central da edificação para as laterais, um aumento no tamanho da igreja devido ao crescimento da população iguaçuense.

“Escondeu-se o forro arredondado. E o fundo da igreja, onde está a maior parte da beleza, foi feita uma parede. A nossa matriz perdeu beleza e estética”, avaliou. Conforme o arquiteto, ao longo das obras, foram encontradas rachaduras e problemas de umidade, com algumas paredes desabando.

Entre as muitas surpresas no transcurso da obra, uma delas, agradável, foi descobrir que o jovem profissional chamado para fazer as molduras do presbitério era filho do homem que fez esse trabalho originalmente. E também perceber o meticuloso trabalho de carpintaria dos anos 1930, que não usava pregos, mais encaixes entre as madeiras.

Igreja São João Batista: 100 anos

Na entrevista, Garbin relatou que o orçamento inicial estava previsto em R$ 800 mil, mas que o trabalho terá um custo de R$ 2,3 milhões. Destaque para a pintura de artes sacras, que, segundo ele, não há modelos similares na região, e vitrais. Os sinos também entrarão em funcionamento, adiantou, para tocar ao meio-dia e às 18h.

“É um orgulho poder entregar esse trabalho para a comunidade, quando a Matriz São João Batista completa cem anos”, celebrou. “Independentemente da religião, esse tipo de monumento tem que ser preservado. Buscamos resgatar a originalidade e a beleza para as pessoas se sentirem acolhidas, se sentirem bem”, finalizou Valdir Garbin.

Já o padre Bento Jemiun enfatizou a programação religiosa do jubileu da igreja e a festa junina para toda a comunidade. “Convidamos a todos para festejar esse momento tão especial para a nossa cidade, que é a celebração do centenário da paróquia”, realçou o religioso, que está há três anos em Foz do Iguaçu, vindo da Indonésia.

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