Foz do Iguaçu tem o desafio de ser cidade hospitaleira

Empresária Elizangela de Paula Kuhn destaca oportunidades, potencialidades e gargalos para o crescimento; assista à entrevista.

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“Somos uma cidade turística, mas não hospitaleira.” Essa é uma das mudanças de conceito que a empresária Elizangela de Paula Kuhn espera para Foz do Iguaçu, em reflexão durante entrevista no Marco Zero, programa do H2FOZ e Rádio Clube FM 100,9.

Assista à entrevista:

Ainda falta esta conexão: cidade boa para o iguaçuense faz bem ao turista, argumentou. O morador ainda se irrita com turista que se desloca lentamente no trânsito. O espaço urbano deve ser mantido limpo, o que não é só tarefa do poder público, citou.

Por sua vez, o cidadão sente a carência de espaços de arte e lazer, ou de bons parques. Qualquer convite ao público no Gramadão da Vila A, exemplificou, a população prestigia, comparece.

“Somos uma cidade que vende natureza para o mundo”, lembrou. “Mas o cidadão não consegue ver [acessar] isso no dia a dia. Tem espaços que poderiam ser muito melhor aproveitados”, opinou a contadora e advogada iguaçuense, que nasceu na Santa Casa Monsenhor Guilherme.

Novos investimentos

Na sua análise, investidores de fora estão olhando a cidade com bastante interesse para novos aportes, em áreas como a imobiliária, construção civil e entretenimento. Contudo, Foz do Iguaçu precisa qualificar processos para acolher os empreendedores, disse.

“Não encontram, com segurança, todas as informações em relação à legislação daqui, aos benefícios que podem ter”, cobrou. “Falta esse acolhimento aos empresários que querem investir, tanto os de fora quanto os que são da cidade”, pontuou Elizangela.

Para a empresária, Foz do Iguaçu é um lugar em que o “mundo” quer investir, porém lhe falta um escritório que compile todas as potencialidades. “Sequer temos números verdadeiros”, asseverou, demonstrando a necessidade de dados que capturem a real situação da cidade.

“Nossa cidade tem um potencial incrível”, celebrou. “Quantos lugares são três fronteiras? A natureza foi muito benevolente, temos a Itaipu Binacional e uma região geográfica privilegiada na América do Sul. São três aeroportos internacionais na região”, exultou.

Na entrevista, alusiva aos 110 anos de Foz do Iguaçu, foi abordada a dinâmica do mundo do trabalho e os desafios da formação profissional para empregos de qualidade. Um dos pontos elencados se refere à adequação da oferta de qualificação às demandas do mundo do trabalho.

Em Foz do Iguaçu

Os pais de Elizangela de Paula Kuhn, Beatriz e Derseu, são gaúchos, mas construíram parte vida em Itacorá, distrito da Região Oeste que está submerso, devido à formação do lago de Itaipu. A família veio para Foz do Iguaçu no começo de 1970, instalando-se, primeiro, na Vila Yolanda e, em seguida, no centro.

Como Foz do Iguaçu e São Miguel, na época, tinham tamanhos parecidos, houve dúvida sobre qual cidade escolher. Como Derseu de Paula conseguiu um cliente contábil grande, que iria produzir pães para os empregados da obra, a opção foi pela região trinacional. “Toda nossa família está em Foz do Iguaçu. Só podemos torcer e trabalhar para a cidade dar certo”, brincou Elizangela.

A empresária já atuou na gestão de entidades como Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI), Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) e Conselho Regional de Contabilidade (CRCPR). Em abril passado, Elizangela de Paula Kuhn foi eleita presidente do GBrasil, o maior grupo de empresas contábeis do país, sendo a primeira mulher a presidir a entidade negocial.

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