Educadores iniciam greve nas escolas estaduais com protesto nesta segunda-feira

Ato público será em frente ao Núcleo Regional da Educação, às 9h; assista à entrevista com a professora Madalena Ames.

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Protesto nesta segunda-feira, 3, às 9h, na frente do Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu, marcará o início da greve de educadores contra o projeto “Parceiros da Escola”, proposto pelo governo estadual. Presidente interina da APP-Sindicato-Foz, Madalena Ames explicou os motivos de a categoria ser contra a medida, durante o programa Marco Zero.

Assista à entrevista:

Para a educadora, o projeto representa a privatização do sistema de ensino paranaense, construído ao longo de anos, para transferir a gestão de escolas e os recursos públicos a empresas. Segundo ela, o interesse privado é o lucro, que virá do corte de investimentos, redução de salários e retirada de direitos.

“E haverá ainda mais pressão sobre os profissionais, pois a empresa que abocanhará a escola pública receberá R$ 800 por aluno, dinheiro que é de todos nós, e mais um bônus por índices incoerentes”, frisou. E deverá haver ações para que os servidores concursados deixem esses estabelecimentos, abrindo espaço para contratações precárias, disse.

Para a dirigente sindical, que representa professores e funcionários de escolas de Foz do Iguaçu e de mais oito cidades da Microrregião Oeste, “Parceiros da Escola” é parte de um projeto de desmonte do atual modelo de ensino. E que, avalia, não ficará restrito à lista de aproximadamente 200 escolas divulgadas pelo governo.

“A militarização começou com poucas escolas, mas não parou mais. O mesmo irá acontecer com esse projeto nefasto para a educação pública, se for aprovado pelos deputados estaduais”, resgatou Madalena Ames. Para ela, o governo tenta enganar a população. “As melhores escolas, mostram os estudos educacionais, são as públicas e não as particulares”, reflete Madalena Ames.

Conforme a presidente interina da APP-Sindicato/Foz, a categoria está dialogando com estudantes, pais e mães sobre os efeitos do projeto. Ela explicou, na entrevista, que após o protesto no órgão educacional, a categoria irá para o acampamento montado na Praça da Paz. Além disso, cerca de 100 educadores de Foz do Iguaçu e região irão engrossar o ato estadual, em Curitiba (PR), nesta segunda-feira.

Outro lado

Segundo comunicado do Governo do Paraná, “os diretores, os professores e os funcionários efetivos já lotados nas escolas serão mantidos e as demais vagas serão supridas pela empresa parceira, sendo obrigatória a equivalência dos salários com aqueles praticados pelo Estado do Paraná”. E a gestão pedagógica seguirá a cargo do diretor concursado.

O projeto, aponta o Palácio do Iguaçu, visa a “otimizar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas mediante uma parceria com empresas com expertise em gestão educacional”. O ente privado faria o gerenciamento administrativo das escolas selecionadas na rede e pela gestão de terceirizados (limpeza/segurança). Se for aprovado pelos deputados, a iniciativa será instalada nas escolas listadas por meio de consulta pública.

“Essa divisão de responsabilidades permite maximizar o progresso acadêmico dos estudantes e a qualidade geral da educação oferecida pelas escolas”, afirmou o secretário estadual da Educação, Roni Miranda. Segundo ele, “ao contar com o suporte de uma entidade privada especializada em gestão educacional, as instituições de ensino público ganharão acesso a recursos e expertise que promoverão melhorias nas escolas”.

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