É possível ter vida saudável após a doença, reforça Regina Chamorro, capitã da equipe Dragon Boat Flor de Lótus.
É possível ter vida saudável após a doença. A vida fica mais leve quando se rema junto. Essas são algumas das mensagens transmitidas pela equipe Dragon Boat Flor de Lótus, que une, por meio da canoagem, mulheres que enfrentaram o câncer de mama em Foz do Iguaçu.
Elas remam duas vezes por semana no lago de Itaipu, no ICLI, em direção à qualidade de vida, interação social e apoio mútuo. O barco-dragão pesa 250 quilos e tem 15 metros, mas a embarcação fica leve porque as remadoras rosa são unidas pelo mesmo objetivo.
O projeto existe há dois anos em Foz do Iguaçu, tendo à frente Regina Chamorro, capitã e idealizadora, que foi entrevistada no programa Marco Zero. A iniciativa mantém parceria com o Instituto Meninos do Lago (Imel), sendo aberta a qualquer mulher interessada.
Assista à entrevista.
Para participar é preciso ter passado pela doença oncológica e sido submetida a mastectomia (retirada das mamas) ou quadrantectomia (retirada parcial), entre outros critérios. O time é formado por mulher de 29 a 72 anos.
“O barco-dragão é o símbolo das remadoras rosas. A ideia é que juntas remamos, juntas temos uma missão e, ao remarmos em sincronia, o barco não pesa para ninguém”, explica Regina. “Assim como na nossa vida, se alguém rema com a gente, a vida fica mais leve”, compara.
Reforça a ideia de coletividade e inclusão. “Tratamento não leva menos que cinco anos, e a tendência é nos tirar do foco. E a canoagem reforça a inclusão, a reabilitação, e a gente partilha do mesmo movimento, da mesma dor e alegrias”, contextualiza.
De acordo com Regina Chamorro, o esporte é essencial para a mulher que transitou pelo câncer, assim como a interação social e o envolvimento familiar. As integrantes da equipe se reúnem fora dos treinos, trocam experiências e cuidam uma das outras.
Os benefícios são emocionais e físicos, avalia a remadora. O projeto dispõe de uma equipe multiprofissional, que conta com uma personal trainer, fisioterapeuta e nutricionista. Trata-se de uma rede de atenção e proteção, analisa.
“Falo por mim e pelas meninas com quem convivo hoje, é possível ter vida saudável após o câncer da mama, e nosso projeto é a prova disso”, assevera Regina Chamorro. “A gente acolhe, dá energia. Nós entendemos a dor da outra. Dizemos que nosso projeto é uma terapia”, sublinha.
No Paraná, essa iniciativa existe em Foz do Iguaçu, Curitiba e Londrina. Neste mês, a equipe Dragon Boat Flor de Lótus participará do Festival Internacional de Canoagem Rosa, em Brasília (DF), com 350 remadoras do Brasil e de vários países.
O projeto pretende ampliar o número de participantes, inclusive chegando a mais mulheres que vivem nos bairros populares da cidade. “Temos estrutura de transporte até o treino e uma rede de caronas”, pontua Regina.
Outubro Rosa: autoexame
De acordo com a capitã do time de canoagem, o Outubro Rosa é utilizado para amplificar a mensagem de prevenção ao câncer de mama. O alerta é para os cuidados individuais e para a realização do autoexame.
“Falamos que nossa vida está na ponta dos nossos dedos, porque através do autoexame a gente consegue detectar a doença”, enfatiza Regina Chamorro. “Digo com muita segurança que 99% das mulheres que estão hoje remando, quer dizer, que estão vivas, fizeram o autoexame”, expõe.
Ela cita as estatísticas. O câncer de mama é o segundo que mais mata mulheres no mundo e, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), seis mil novos casos ocorrem no país todos os anos. “Nossa mensagem é se cuidem, se toquem. Sua vida pode ser salva com o autoexame”, frisa.
Para participar ou conhecer
Os treinos das remadoras rosa em Foz do Iguaçu são às terças e quintas-feiras, das 9h às 11h30, no ICLI, clube que fica no lago de Itaipu, na região de Três Lagoas. O projeto mantém redes sociais: em facebook.com/equipedragonboatflordelotus e instagram.com/equipedragonboatflordelotus.
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