No dia a dia, são postas barreiras às pessoas com autismo pela ausência ou insuficiência de políticas públicas garantidoras de direitos em áreas como saúde, educação e trabalho. Outro desafio a ser superado é a falta de informação, que na maioria das vezes leva ao preconceito, ao capacitismo e à exclusão.
O Abril Azul é uma mobilização durante todo o mês que reforça o chamado para asociedade refletir que ser diferente faz parte da condição humana. As ações e iniciativas incluem programações diversas no Dia Mundial da Conscientização do Autismo, que está no calendário, anualmente, todo o dia 2.
Em Foz do Iguaçu, a Associação Solidária às PessoasAutistas (Aspas) reúne familiares e voluntários em prol da causa e das demandas das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A presidente da entidade, Larissa Morais, foi entrevistada no programa Marco Zero.
Assista à entrevista (a partir de 1:31:00)
“Entre os nossos objetivos principais está a conscientização, mas também preparar a sociedade para receber os autistas adequadamente”, enfatizou. Conforme Larissa, a probabilidade é a de que o número de pessoas identificadas com o TEA permaneça aumentando no Brasil e no mundo.
“A sociedade precisa estar preparada para saber lidar e atender a esse público, e identificá-lo, porque o autismo não tem cara, não está visível aos olhos”, explicou. “Por isso, a pessoa leiga deve saber identificar minimamente o autista, senão passa despercebido e aí vem o capacitismo”, pontuou.
Para contribuir com respostas a essas demandas, a Aspas prevê a realização de formação continuada para professores e comerciários, para o atendimento adequado à pessoa autista. Outro projeto apresentado e reivindicado junto ao poder público é a implantação de uma clínica-escola em Foz do Iguaçu.
Conforme Larissa Morais, essa pauta é possível agora que a associação passou a contar com o título de organização social de utilidade pública, o que possibilita captar recursos e firmar parcerias. “Projetos que antes eram sonhos agora vão começar a virar realidade”, comemorou na entrevista.
Associação solidária, a Aspas visa a acolher, conscientizar, dar visibilidade e lutar pela causa das pessoas com TEA, tendo sido criada por pais e mães de pessoas autistas em fevereiro de 2018. É uma organização da sociedade civil, portanto, não governamental, e sem finalidades econômicas ou lucrativas.
Até o momento, dedica-se principalmente a unir as famílias, realizar palestras, rodas de conversas e a promover eventos para a integração e a socialização de autistas, além de oferecer orientação jurídica. Agora, com a chancela formal da relevância pública, a expectativa é firmar parcerias com órgãos governamentais e outras instituições.
Piquenique Azul
Neste domingo, 2, a Associação Solidária às Pessoas Autistas promove o Piquenique Azul, a partir das 14h, no Sindicato dos Eletricitários (Sinefi), próximo ao Ecomuseu de Itaipu. O convite é para famílias típicas e atípicas, crianças, adultos, integrantes de entidades e empresas.
A ideia é promover a integração da comunidade e amplificar as mensagens da inclusão, respeito e diversidade humana. A confraternização gratuita será ao ar livre, em um grande gramado. Por isso, é recomendável que as famílias levem lanche e uma toalha para aproveitar a tarde.
O piquenique contará com brinquedos infláveis, pula-pula, atividades recreativas para os pequenos e para os grandes também. Como é dia de celebração, picolé, pipoca e algodão doce não irão faltar.
Parabéns a Larissa e toda equipe da Aspas pelo trabalho deaenvolvido em prol dos autistas de Foz. Deus os abençoe nesta caminhada, que com certeza será de muitas conquistas.