Foz do Iguaçu sediou, de segunda (30) a sexta-feira (4), as reuniões do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, o bloco das maiores economias do planeta. O assunto também foi tema de eventos paralelos ocorridos na cidade.
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Em sua avaliação final sobre as reuniões, o ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, ressaltou que as delegações conseguiram chegar a consensos, como a declaração conjunta que prevê o apoio à implementação de esforços para triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a taxa média global anual de melhorias na eficiência energética, por meio de metas e políticas já existentes.
Além disso, foi definido o incentivo à implementação de outras tecnologias de emissão zero e baixa emissão, incluindo técnicas de redução e remoção de poluentes, de acordo com as circunstâncias de cada país, até 2030.
“Como as maiores economias do mundo, temos os recursos, o conhecimento e a capacidade de liderar a transição energética. Mas essa liderança exige mais do que palavras, exige ações concretas e, acima de tudo, imediatas”, avaliou o ministro, citado pela assessoria de Itaipu, anfitriã dos encontros em Foz do Iguaçu.
“Somente com cooperação, coragem e uma visão comum podemos realizar esta transformação de maneira justa e equilibrada. Não podemos mais adiar as decisões que precisam ser tomadas hoje. Com isso, nós podemos nos orgulhar e dizer para o mundo que este grupo alcançou consenso em temas tão relevantes para a salvaguarda do planeta”, complementou Silveira.
Para cumprir o objetivo de triplicar a capacidade de energia renovável, o grupo reconheceu a necessidade de adotar abordagens para aumentar a flexibilidade e a estabilidade do sistema, incluindo gerenciamento de demanda, retrofit de flexibilidade e expansão e modernização da infraestrutura de rede, becape e capacidades de balanceamento.
A declaração enfatiza a importância de acelerar a escala de implantação de tecnologias de armazenamento de energia, incluindo baterias e hidrelétricas de bombeamento.
O documento destaca, ainda, a eficiência energética e as economias de energia e pede que os membros do G20 liderem a criação de um ambiente internacional favorável para transições energéticas globais.
Silveira também comemorou a inclusão do compromisso dos países em acelerar os esforços para alcançar o acesso universal a métodos de cozimento limpos até 2030, inclusive por meio da formulação e implementação de políticas facilitadoras para os países em desenvolvimento, nos quais é comum o uso de lenha e carvão.
“Garantir o acesso universal a tecnologias limpas de cozimento é combater a pobreza energética, é cuidar da saúde das nossas famílias, mulheres e crianças. É fundamental garantirmos a substituição gradativa do uso inadequado de lenha, carvão vegetal e outros materiais em ambientes internos. No Brasil, lançamos recentemente o Gás para Todos, o maior programa de cozimento limpo do mundo. Vamos ampliar em quatro vezes o nosso auxílio-gás, levando o gás de cozinha para mais de 20 milhões de famílias brasileiras”, frisou o ministro.
Transição justa
O grupo de trabalho também aprovou os princípios para uma transição energética justa e inclusiva, propostos pelo Brasil, e que agora se tornam compromissos globais dos países do G20.
Na visão brasileira, a transição não deve ser vista apenas como um processo de substituição tecnológica, mas como um novo modelo de desenvolvimento ambiental, econômico, social e inclusivo, portanto sem efetivamente deixar ninguém para trás.
Entre os principais pontos estão o combate à pobreza energética em todas as suas formas, como foco em garantir o acesso universal à energia elétrica e a tecnologias limpas para cozinhar.
(Com informações de Itaipu Binacional e do Ministério de Minas e Energia)
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