O projeto “Expansão das ações de assistência técnica e extensão rural” (Expansão ATER), que beneficiará famílias de agricultores do Paraná e de 35 municípios do Mato Grosso do Sul, foi apresentado pelos diretores da Itaipu Binacional, do Itaipu Parquetec e do Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação (ITAI) nessa quarta-feira (15). Foz do Iguaçu está contemplada por meio da Cooperativa da Agricultura Familiar de Foz do Iguaçu (Coaffoz).
O projeto é resultado de um convênio firmado entre as três instituições, via Programa Itaipu Mais que Energia, e vale por dois anos – três meses para estruturação e o restante para execução. As atividades têm como foco a agricultura orgânica e a agroecologia.
- “Investir na agricultura familiar, em especial, que está presente nos 434 municípios do nosso território de atuação [399 do Paraná e 35 no Mato Grosso do Sul], implica em desenvolver curva de nível, em assistência técnica e, principalmente, na transição para a agricultura orgânica”, destacou o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri. Segundo ele, a agricultura tem um papel fundamental para conter o assoreamento do reservatório da usina, ao evitar a emissão de resíduos.
Para o diretor de Coordenação de Itaipu, Carlos Carboni, a missão da binacional é ajudar no desenvolvimento do Brasil e do Paraguai, sem deixar de lado a questão ambiental. De acordo com ele, por intermédio do convênio, os produtores terão uma assistência técnica de qualidade, articulada com as ações do governo federal, por meio da ATER (assistência técnica e extensão rural), o que vai garantir mais renda para as famílias, “independentemente da atividade em que atuam, seja na produção de grãos, na bacia leiteira, na criação de aves ou suínos. Itaipu contribuirá para que, em 2030, haja maior produção orgânica, com alimentos de qualidade, em especial para a alimentação escolar”.
A Cooperativa da Agricultura Familiar de Foz do Iguaçu (Coaffoz) é uma das entidades beneficiadas diretamente pelo projeto. A diretora Luci Andreghetti dos Santos afirmou que a expectativa com o projeto era grande. “Nós estávamos bem ansiosos por esse momento, para saber como se vai trabalhar, como vai funcionar a ATER. Nós estamos muito necessitados dessa parceria, que, para a agricultura familiar, faz toda a diferença.”
Antonio Paulo Ribeiro, da Associação dos Produtores Orgânicos de Dourados, no Mato Grosso do Sul, também é um dos contemplados. Ele destacou que a expansão do trabalho de Itaipu nos 35 municípios do estado está sendo importante para “mitigar aquele impacto que interfere diretamente na água do Rio Paraná, provocado, por exemplo, pelos rios Amambaí e Ivinhema”.
O gerente da Divisão de Ação Ambiental da Itaipu, Ronaldo Juliano Pavlak, frisou a importância da questão da segurança hídrica e do aproveitamento da água do reservatório com qualidade. “A assistência técnica aos agricultores e as práticas agrícolas adequadas vão garantir que haja menos eutrofização [poluição] e também menor assoreamento do reservatório. Já para os agricultores, eu garanto que eles terão maior qualidade nos produtos, uma redução de custos de produção e uma melhoria no incremento de renda deles. Com isso, há um ganho dos dois lados”, concluiu.