Oficialmente concluída em outubro de 2023, a Ponte da Integração Brasil–Paraguai, que liga Foz do Iguaçu à cidade paraguaia de Presidente Franco, está no aguardo da finalização dos acessos nos dois países para começar a ser utilizada pela população da fronteira trinacional.
Leia também:
Perimetral Leste: boletim mostra andamento da pista e obras das novas aduanas
Em material distribuído à imprensa, a diretoria brasileira de Itaipu, responsável pelo financiamento da obra, destacou que a ponte é fruto de um processo que passou por vários governos, cada qual vencendo uma etapa.
A assinatura do acordo para a obra, por exemplo, é de 1992, período em que o Brasil era governado por Fernando Collor, enquanto Andrés Rodríguez comandava o Paraguai. Tal acordo seria aprovado pelo Congresso Nacional somente em 1994, já no governo seguinte.
Em 2005, os presidentes Lula e Nicanor Duarte Frutos firmaram novo documento, definindo o formato da ponte (rodoviário, em vez de rodoferroviário) e a localização (entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco). O período foi marcado pela realização de estudos técnicos, ambientais e de engenharia.
Já o primeiro edital para a construção da ponte foi publicado em 2012, no governo Dilma Rousseff. Após ajustes, um segundo edital saiu em 2014, com a vitória do consórcio Construbase-Cidade-Paulitec, responsável pela obra. A licença ambiental para início das obras, porém, foi concedida apenas em 2017, já no governo Michel Temer.
Temer, inclusive, foi o presidente responsável por articular um inédito acordo com o Paraguai, para que recursos de Itaipu fossem usados para o empreendimento.
Com a anuência do então presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, ficou definido que a diretoria brasileira da binacional financiaria a ponte sobre o Rio Paraná e a diretoria paraguaia pagaria a ponte entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta, ainda em obras.
A decisão de que Itaipu bancaria a Ponte da Integração e a Rodovia Perimetral Leste, em Foz do Iguaçu, foi anunciada em dezembro de 2018, com Temer e Benítez vindo à Terra das Cataratas e participando de uma cerimônia oficial na usina.
Já a execução das obras pegou todo o governo de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022. A finalização da Perimetral Leste e das estruturas de acesso no Paraguai, por sua vez, ocorrerá nos mandatos de Lula (Brasil) e Santiago Peña (Paraguai).
“Por suas características e tempo de execução, obras como a Ponte da Integração, ou a própria Itaipu, são projetos de Estado, que transcendem governos e que deixam um legado que, certamente, beneficiará muitas gerações de brasileiros e paraguaios”, avalia o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri.
Segundo Itaipu, a previsão é a de que, dentro de aproximadamente um ano, a perimetral esteja concluída em Foz do Iguaçu, totalizando R$ 373 milhões desembolsados pela diretoria brasileira (ponte e rodovia).
No Paraguai, a projeção de término do Corredor Metropolitano del Este também é para 2025. A partir daí, a nova passagem fronteiriça poderá ser totalmente habilitada para os moradores da região trinacional.
(Com informações de Itaipu Binacional)
Comentários estão fechados.