Itaipu Binacional e Fundação Luterana de Diaconia (FLD) deram início, na última semana, à instalação dos meliponários do projeto Opaná: Chão Indígena. A iniciativa visa a fortalecer a produção de mel em áreas indígenas no Paraná.
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A implantação ocorre nos 32 territórios participantes do projeto, distribuídos pelo Oeste e pelo litoral paranaense. No total, são 46 meliponários, contendo sete caixas para a captura de abelhas sem ferrão, e 322 caixas com colmeias de espécies nativas.
A lista de espécies inclui a jataí e a mandaçaia, bem como a abelha-mirim e a tubuna, pertencentes à família Apidae. Adaptadas ao ambiente, as colmeias contribuem para o equilíbrio ecossistêmico por meio da polinização.
A contribuição para a saúde humana engloba a produção de mel, própolis e pólen, que também podem gerar ganhos econômicos para as comunidades envolvidas.
Segundo Itaipu, nas aldeias guaranis do Oeste o foco está nas espécies mirim e tubuna. Além disso, há esforços para a captura da jataí. No litoral, a mandaçaia foi adicionada, devido à sua maior adaptação ao bioma costeiro.
Mel como componente cultural
Milciade Benites, cuidador de abelhas no Tekoha Pohã Renda, em Terra Roxa, destaca que a espécie jataí, em particular, tem papel fundamental na vida cultural e espiritual do povo guarani.
“Para nós, essas abelhas são como uma família. O mel que elas produzem não só nos alimenta, mas também é um poderoso remédio. Desde o início, elas fazem parte da nossa história”, explica Benites, conforme citação da assessoria de Itaipu.
“A cera das abelhas nos permite batizar nossos filhos e também os alimentos, como mandioca, melancia e feijão. Quando comemos alimentos sem esse ritual, especialmente os que são contaminados por venenos, eles podem causar mal a nós”, complementa.
De acordo com Itaipu, as primeiras coletas poderão ocorrer já no próximo ano, embora o tempo dependa do processo de maturação das colmeias. A estabilização tende a ocorrer a partir do segundo ano.
(Com informações de Itaipu Binacional)