Trabalhadores e comerciantes de Ciudad del Este fazem manifestação pela abertura da fronteira

Eles exigem pelo menos que o governo defina um prazo e as etapas necessárias para que a Ponte da Amizade volte a ser utilizada.

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Aos gritos de “olelê, olalá, abram as fronteiras, queremos trabalhar” e “abram a ponte”, comerciantes e trabalhadores de de Ciudad del Este se manifestaram neste sábado, para exigir das autoridades governamentais que autorizem o avanço de fases e reabram a Ponte da Amizade, conforme reportagem do jornal Última Hora assinada pelo correspondente Wilson Ferreira.

A comericante Maricel Antonia Barrios, que participou da manifestação, disse que ninguém é contra as medidas para evitar o avanço da pandemia de coronavírus, mas o comercio de Ciudad del Este “agoniza” e é preciso abrir a fronteira com o Brasil.

“Cada um de nós vai se cuidar, ninguém é contra o qu eestá acontecendo, mas a Ponte (da Amizade) tem que ser aberta”, disse a comerciante.

Ela criticou que os caminhões possam atravessar a fronteira, mas os comerciantes são impedidos de continuar trabalhando

“As pessoas estão morrendo, não de covid, mas morrendo pelas dívidas que têm”, disse ainda Maricel.

Já Alberto González, empregado de uma loja, disse que a manifestação é para dar conhecimento da necessidade dos trabalhadores da região.

“Precisamos trabalhar, estamos preparados para trabalhar com os protocolos sanitários. Temos as ferramentas para nos adequarmos a isso. Precisamos que vejam isto e que falem com os brasileiros. Não estamos pedindo dinheiro, queremos recuperar nossos postos de trabalho”, afirmou.

O empresáro Iván Airaldi lembrou que 45 mil pessoas perderam seus empregos em Alto Paraná (a capital é Ciudad del Este) devido às restrições impostas pela quarentena sanitária.

“Temos que forçar o diálogo com o governo. É inadmissível que continuemos nestas condições. O povo está cansado, egotado”, disse.

Ele se queixou que, enquanto os comércios formais foram afetados pela situação, o contrando ganhou força e não há ações governamentais para coibir.

Disse, ainda, que “as fronteiras do Paraguai estão com muitíssimos problemas, estão sangrando e o governo não tem planos para uma solução. As micro e pequenas emresas estão em crise, 70% delas estão a ponto de falir e no Leste do país temos uns 10% que não vão reabrir”, lamentou o empresário.

Segundo os organizadores, a manifestação foi convocada para “resistir ao abandono do governo” e pedir, entre outras coisas, um posto de saúde na ponte, definir o nível de contágio para reabertura da ponte e definir, ainda, fases ou um protocolo de abertura para todos, e não apenas para os grandes importadores.

A reivindicação inclui um teste massivo de covid-19. Eles recordam que uma empresa doou US$ 200 mil para um laboratório com capacidade de 500 testes por dia, mas o Ministério de Saúde Pública só entrega 100 kits de testes diariamente.

E mais: que 70 mil moradores de Alto Paraná não contam com nenhum recurso e que apenas 14% das pequenas empresas receberam algum tipo de empréstimo do governo.

A crise econômica afeta 70 mil famíolias em Ciudad del Este, o que representa quase 210 mil pessoas, que hoje estão com dificuldades econômicas e angustiadas quanto ao futuro incerto, sem esperança de trabalho porque ainda não há um plano de reabertura da ponte.

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