Trabalhador em situação de escravidão é resgatado em Foz do Iguaçu

Vítima de 74 anos estava sob situação degradante em uma obra em Três Lagoas; empregador foi preso.

A Polícia Federal (PF) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram um trabalhador submetido à condição laboral análoga à escravidão em Foz do Iguaçu nessa quarta-feira, 10. A vítima vinha trabalhando em uma obra no bairro Três Lagoas, na entrada da cidade.

O homem foi encontrado em situação degradante de trabalho. Os policiais e os auditores ainda constataram que ele fazia jornada exaustiva e vivia sob servidão por eventual dívida que teria sido contraída no mercado do próprio empregador.

“Em cerca de um ano e meio de serviço, o empregado nunca havia folgado, gozado férias e nem recebido salários”, informou a PF. “Ele disse que laborava para quitar dívidas contraídas no mercado do seu patrão. No momento do resgate, a dívida dele era de quase R$ 7 mil.”

O empregador foi preso em flagrante pelo crime de redução à condição análoga à de escravo e conduzido para a Polícia Federal em Foz do Iguaçu. A pena para tal crime pode alcançar oito anos de reclusão. A corporação não informou para onde o homem explorado foi levado.

Trabalho forçado

A chamada “escravidão moderna” não é fato isolado. De 1995 a 2020, mais de 55 mil pessoas foram resgatadas de condições de trabalho análogas à escravidão no Brasil, segundo órgão vinculado ao governo federal. A informação é da Organização Internacional do Trabalho.

Esses trabalhadores são, na maioria, migrantes internos ou externos, que deixaram suas casas em busca de oportunidades ou atraídos por falsas promessas. Esse crime era mais comum na pecuária, até que em 2013, pela primeira vez, a maioria dos casos ocorreu em ambiente urbano, na construção civil e no ramo de confecções, principalmente, diz a OIT.

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