Tiroteio nos dois lados do rio. Contrabandistas enfrentam Armada Paraguaia e polícia brasileira

Desta vez, não houve feridos nem prisões. Mas, nos dois lados do rio, tiroteios constantes apavoram moradores.

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Mais um confronto entre contrabandistas e a Armada Paraguaia foi registrado no início da noite de quarta-feira, 22. O som de vídeo gravado por um morador identifica uso de armas pesadas usadas pelos marginais. A mercadoria que eles “protegiam”, vários pacotes de roupas de diversas marcas,  foi apreendida.

O confronto foi na beira do Rio Paraná, na altura do bairro Remansito, de Ciudad del Este. Depois do tiroteio, os bandidos teriam atravessado o rio e enfrentado também a polícia brasileira. Não houve feridos nem prisões.

A suspeita da polícia brasileira é que os contrabandistas tenham equipamentos de visão noturna termal, pois conseguiram perceber onde estavam as forças policiais.

Briga de morte para proteger contrabando de roupas. Foto Armada Paraguaia, publicada no La Nación

O correspondente do jornal La Nación, Edgar Medina, contou que os marinheiros paraguaios interceptaram uma embarcação em Remansito. Quando verificavam o que ela continha, tiveram que se proteger e também atirar, porque houve um grande volume de disparos, provenientes da barranca do rio.

Ninguém ficou ferido, mas também ninguém foi preso. Segundo o comandante da Prefeitura Naval del Este, capitão Cristhian Rotela, desde o último confronto, quando foi morto o suboficial Marcos Gabriel Agûero González, de 22 anos, têm sido constantes os ataques e as tentativas de provocar medo entre os agentes.

No confronto desta quarta, ele contou que o volume de fogo foi intenso. Disse também que o controle está sendo feito de forma coordenada com os agentes de segurança do lado brasileiro, onde também houve tiroteio numa favela (Monsenhor Guilherme).

Rotela é o novo comandante da Armada. O anterior perdeu o cargo porque, depois do confronto, a Marinha deteve 35 moradores do bairro, que depois contaram que sofreram tortura. Eles tinham marcas de espancamento com um cabo de vassoura, para confessar se tinham participado do tiroteio ou se conheciam os autores.

“Querem nos amedrontar, mas nós vamos ficar firmes”, disse o novo comandante da Armada, conforme o jornal Última Hora. Ele contou que o caso já foi comunicado ao Ministério Público e que se preparam para voltar a patrulhar a área.

Ouça o tiroteio, em vídeo postado no Twitter pela rádio paraguaia Ñanduti:

 

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