H2FOZ – Denise Paro
Fotos: Marcos Labanca
A pandemia da covid-19 alterou o cenário imobiliário em Foz do Iguaçu. O segmento comercial é o mais atingido em razão de uma onda de rescisões de contratos de aluguel nos últimos cinco meses. No setor residencial, a procura por imóveis está 30% menor em relação ao início do ano, porém o movimento segue aquecido quando se trata de aluguel e moradias de baixo valor.
Na região central, principalmente na Avenida Brasil, sobram salas comerciais para locação. Somente no trecho da Brasil entre a Avenida Jorge Schimmelpfeng e a Avenida República Argentina, a reportagem do H2FOZ identificou cerca de 20 imóveis comerciais, de frente para a calçada, com placa de aluga-se.
Muitos empreendedores rescindiram o contrato devido à queda de movimento durante a pandemia, o que inviabiliza bancar custos fixos, tais como o próprio aluguel.
Lojas também fecharam em shoppings, e desde março as imobiliárias recebem inúmeros pedidos de desconto e até suspensão da cobrança de aluguel por um determinado período.
Coordenador do Núcleo de Imobiliárias da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI) e diretor do Secovi, Paulo Miller, da Dumond Imóveis, diz que na carteira de administração da imobiliária a maioria dos inquilinos que pediu desconto ou suspensão parcial da cobrança por um período é do setor comercial.
Vice-presidente do Sindicato da Habitação e dos Condomínios do Paraná (Secovi/PR), Jilson José Pereira afirma que a procura por locações e vendas de salas comerciais está praticamente parada. A queda se acentuou desde abril.
Setor residencial
No setor residencial, o panorama é um pouco diferente. A venda de terrenos e de moradias de baixo valor, entre R$ 300 mil e R$ 400 mil, está aquecida informa Paulo Miller.
No entanto, quando se trata de aluguéis residenciais, o ritmo de comercialização não é o mesmo. Muitos aluguéis foram rescindidos após o fechamento da fronteira, que obrigou estudantes, principalmente aqueles que cursam Medicina em Ciudad del Este, no Paraguai, a deixar Foz do Iguaçu e voltar para a casa da família.
A quebra contratual atingiu principalmente apartamentos, os quais hoje estão vazios ou tiveram queda de preço, em alguns casos. Pelo menos 15% dos inquilinos pediram renegociação dos contratos.
Em busca de um preço mais em conta, alguns locatários deixaram apartamentos para morar em casas e evitar a despesa fixa de condomínio. A maior parte busca aluguéis na faixa de R$ 800 a R$ 1.500, revela Jilson Pereira. Apesar dos revezes, o preço dos imóveis residenciais, em média, segue estável, complementa.
A construção civil não parou neste período. Obras de condomínios populares e fechados estão em andamento. A facilidade de compra mantém a procura em um bom patamar. “Tudo que se lança em loteamento está vendendo em razão do parcelamento”, ressalta Pereira.
Para movimentar o setor, está programada para os dias 3 e 4 de outubro mais uma edição da Feira de Imóveis, no Cataratas JL Shopping.
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