Sindicatos de Foz unificam ações contra a reforma administrativa e em defesa do serviço público

Para entidades, proposta do governo federal representa o desmonte de serviços essenciais para a população, como saúde e educação.

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Sindicatos de trabalhadores do setor público em Foz do Iguaçu definiram ações conjuntas no município contra a reforma administrativa, proposta pelo governo federal, e em defesa dos serviços públicos. Dirigentes das entidades realizaram reunião on-line nessa sexta-feira, 18. 

Foram definidas duas agendas no município neste mês de setembro integrando o movimento nacional que congrega o funcionalismo público de vários segmentos e atividades profissionais. Os sindicatos iguaçuenses também fortalecerão o debate nas suas bases e nas redes sociais. 

No dia 27, os servidores farão ato público na Praça da Paz, utilizando faixas e som para informar e dialogar com a população. Em 30 de setembro, no Dia Nacional de Mobilização Contra a Reforma Administrativa, haverá distribuição de informativo, mobilização virtual e ocupação visual de vários pontos da cidade para reforçar a importância dos serviços públicos. 

O principal objetivo é denunciar a proposta de reforma administrativa do Governo Bolsonaro, que tramita no Congresso Nacional. Sob falsos argumentos orçamentários e de “modernização”, a medida é o desmonte das funções estatais, o que prejudicará a população que necessita de serviços públicos como saúde, educação, segurança e outros.   

Reforma atinge servidores estaduais, federais e municipais, atuais e futuros, sem afetar magistrados, parlamentares, militares e procuradores, que têm maior remuneração e benefícios, expõe Diego Valdez – foto Assessoria 

“A ‘reforma’ administrativa atinge servidores estaduais, federais e municipais, atuais e futuros, sem afetar magistrados, parlamentares, militares e procuradores, que têm maior remuneração e benefícios”, expõe o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez. “A agenda é de retirada de direitos, privatização e destruição dos serviços sociais”, aponta.

Segundo Diego, se for aprovada, a reforma administrativa vai instituir o uso de cargos públicos como moeda de troca política. “O que está sendo chamado de ‘modernizar’ é, na verdade, criar um balcão de negócios, como era antes da Constituição, em que o governo centralizará poder para criar ou extinguir funções que deveriam ser estáveis”, pondera. 

Dirigentes sindicais em reunião on-line para definir ações conjuntas em Foz – foto Assessoria

Campanha contra servidores

Despesas federais com pessoal e encargos sociais praticamente não aumentaram em mais de uma década, em percentual do Produto Interno Bruto (PIB). Em 1997, representavam 4,2%, passando para 4,3% do PIB em 2019, conforme a Carta de Conjuntura do terceiro trimestre de 2020, do IPEA, instituto do governo.

Os números oficiais desmentem a campanha sistemática do governo para colocar a população contra os servidores e o serviço público. “É preciso lembrar que servidores já estão sendo duramente atingidos com reformas previdenciárias que reduziram seus salários e medidas de congelamento das remunerações”, expõe Diego Valdez.

 

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