A noite dessa quarta-feira (13) foi repleta de emoção e nostalgia para Lucilene Granzotto, jornalista e corretora de imóveis em Foz do Iguaçu. A 630 quilômetros de distância, sua filha, a arquiteta Júlia Granzotto, assistiu ao show de Paul McCartney, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba, vestindo a mesma camiseta que a mãe usou 30 anos atrás, em 1993, durante uma apresentação do ex-Beatle na capital paranaense.
A peça relíquia faz alusão à turnê da época, a The New World Tour, que contou com apenas dois shows no Brasil. A escolha da filha pegou Lucilene de surpresa. “Quando perguntei qual roupa iria vestir no show, ela falou dessa camiseta, que eu nem lembrava mais que existia e muito menos que estava guardada. Falou que nem lavou com medo de desgastá-la”, disse. “Fiquei triste por não estar lá, mas feliz pela Júlia e pela surpresa da camiseta. Parecia que eu estava lá.”
Júlia usou a camiseta pelo simbolismo que a banda representa para as duas e pela conexão da família com o grupo. “Lembro dos meus pais falando o quanto a sociedade mudou depois da era Beatles. Num momento em que o mundo era cheio de regras e amarras, a banda representava a liberdade e a quebra de paradigmas. Um exemplo disso foi o meu avô paterno, que era analfabeto e trabalhava na lavoura no interior do Rio Grande do Sul, em Lagoa Vermelha, e gostava de ‘Yellow Submarine’ como poucos”, explicou.
Já Lucilene recorda que era comum ela e as primas, mesmo sem saberem inglês, cantarolarem os sucessos de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos.
Segundo Júlia, a experiência do show foi inesquecível, mostrando que a paixão pelos sucessos de Paul, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr ultrapassou gerações. “A sensação que tenho é que, apesar do tempo ter passado, nunca deixou de ser atual. A vitalidade do Paul e a entrega pelas pautas ativistas demonstram o quão atual ele é.”
O show que Lucilene acompanhou 30 anos atrás é considerado histórico até hoje por marcar a última turnê em que Paul McCartney se apresentou ao lado de Linda McCartney, sua esposa na época, que faleceu em 1998. “Foi emocionante. Uma experiência memorável.” A apresentação foi gratuita e marcou os 300 anos de Curitiba.
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