São Francisco de Assis: imagem que fica no Morumbi é inspirada em um homem humilde

Artista Giovanni Vissotto diz que não seguiu estética europeia e baseou trabalho em um trabalhador do bairro chamado José.

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Artista Giovanni Vissotto diz que não seguiu estética europeia e baseou trabalho em um trabalhador do bairro chamado José.

Ícone religioso que inspira o papa Francisco, considerado protetor dos animais e ligado à defesa da natureza, São Francisco de Assis é comemorado nesta terça-feira, 4. No bairro popular do Morumbi, em Foz do Iguaçu, uma imagem em praça pública celebra sua obra.

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Criado pelo artista Giovanni Vissotto, o monumento se ergue a sete metros e está sobre uma base de três metros. São Francisco de Assis tem nas mãos duas pombas brancas, ladeado por um veado e um quati, que remetem à fauna do Parque Nacional do Iguaçu e às Cataratas do Iguaçu.

Quase 20 anos depois de inaugurada, a estátua de São Francisco de Assis estava depredada e abandonada, quando foi revitalizada pelo município em 2019, ao custo de R$ 86 mil. A obra está disponível para visitação pública no começo da Avenida Mário Filho, no bairro Morumbi.

À época da revitalização, Giovanni Vissotto revelou ao H2FOZ que inspirou o seu trabalho não na imagem que lhe foi dada, a qual reproduzia a estética europeia do santo, que fundou os franciscanos. Era muito distante da realidade do “povo trabalhador e humilde” do bairro, disse.

O escultor preferiu os traços de um homem simples que encontrou em um bar. “Estava em bar aqui perto da estátua e avistei o seu José, que se parecia muito com São Francisco, mas tinha a fisionomia da gente daqui”, rememorou.

“Não titubeei, paguei uma pinga a ele e o retratei ali mesmo, no bar”, resgatou Giovanni. A região do Morumbi era chamada de Rincão São Francisco, por seu tamanho e número de habitantes. A área passou por uma explosão no número de moradores e de casas nos anos 1970, com a construção da Itaipu Binacional.

Lembrou o artista que José foi um pioneiro do lugar, tendo trabalhado na capina de lotes da vizinhança. “Tinha mãos e pés grandes, calçava chinelas e tinha barba. Vi nele São Francisco de Assis e assim retratei um ‘santo vivo’, identificado com o povo que mora no bairro”, contou Giovanni Vissotto.

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