H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
O presidente Mario Abdo Benítez declarou “estado de emergência hidrológica nos rios Paraguai e Paraná pela avançada baixa, que representa dificuldades à navegação”, como diz o decreto do governo.
Em Assunção, o nível do Rio Paraguai chegou na quinta-feira a menos de 0,03 metro, o nível mais baixo desde 1971, quando se registrou 0,14 metro, segundo a Administração Nacional de Navegação e Portos, informa o Última Hora. O índice histórico mais baixo foi -0,4 metro, em setembro de 1969.
O nível atual já não permite que barcos grandes cheguem à capital, o que pode prejudicar o abastecimento de combustível e de outros produtos. Há preocupação, também, com a importação de produtos de consumo para as festas de final de ano, segundo o ABC Color.
A hidrovia Paraguai-Paraná é utilizada para movimentar 75% das cargas de importação e exportação do Paraguai.
O setor de navegação exigiu do governo paraguaio celeridade para o início da dragagem do Rio Paraguai, estimado para novembro pelo Ministério de Obras Públicas, desde que não haja atrasos no processo de licitação das obras.
A navegabilidade ainda é possível pelo Rio Paraguai, mas existem pontos críticos e difíceis, provocados pela acumulação de bancos de areia. A dragagem permitirá que o rio seja navegável em toda sua extensão, segundo a dministração Nacional de Navegação e Portos.
Rio Paraná
O problema, para importadores e exportadores paraguaios, é que o Rio Paraná também enfrenta uma seca histórica.
Só este ano, já foi necessário apelar para as usinas de Itaipu e Yacyretá por duas vezes, em maio e em agosto, para garantir a navegabilidade e permitir que as barcaças paraguaias carregadas com grãos pudessem chegar aos portos argentinos e do Uruguai, para seguir aos mercados internacionais.
Na primeira vez, Itaipu abriu o vertedouro por duas semanas, para aumentar a vazão do rio em Yacyretá, que tem uma eclusa para levar as barcaças rio abaixo; na segunda vez, Itaipu gerou mais energia e, por consequência, houve mais água turbinada que também permitiu a navegabilidade de barcaças.
O Paraguai vai avaliar a navegabilidade do Rio Paraná com base num prognóstico hidroclimatológico, segundo o jornal Última Hora, já que o país ainda precisa escoar 1 milhão de toneladas de grãos no mercado internacional.
Só que não poderá contar com água de Itaipu, que também é afetada pela seca que atinge as regiões da bacia do Rio Paraná.
Se tiver que optar pelo transporte rodoviário, o custo para o Paraguai será muito mais elevado.
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