Região central da cidade concentra o maior número de casos de covid em Foz

Aglomerações de jovens e entre familiares preocupa autoridades sanitárias.

Denise Paro – H2FOZ

Nas últimas semanas, a área central de Foz do Iguaçu passou a despontar no boletim da Vigilância Epidemiológica como epicentro do maior número de casos de covid-19 da cidade. O Mapa do Calor aponta que há casos positivos em todas as regiões, no entanto a incidência é mais alta no distrito Oeste, onde fica o centro. No boletim desta quarta, a cidade registrou 247 casos, o maior número desde o início da pandemia.

Os especialistas da saúde pública investigam os motivos da concentração de casos na região central em períodos consecutivos, que não era comum, e trabalham com algumas hipóteses para tentar averiguar o que pode estar ocorrendo.

O enfermeiro Roberto Doldan, gerente técnico da Vigilância Epidemiológica, diz que 3 hipóteses são levadas em consideração para explicar essa escalada de casos. A primeira delas é a disposição residencial que tem característica verticalizada, ou seja, com prédios, o que contribui para a maior concentração de moradores em um mesmo endereço.

Outra questão são os possíveis endereços falsos fornecidos pelos brasileiros que vivem no Paraguai – os brasiguaios, que voltaram a usar o sistema de saúde de Foz após a reabertura da Ponte da Amizade, no dia 15 de outubro. O município investiga a possibilidade de muitos deles estarem fornecendo endereços de amigos, parentes ou conhecidos para acessar a saúde pública da saúde e fazer os testes.

Uma terceira hipótese é a mudança do perfil dos contaminados. Inicialmente, a covid se espalhou na cidade atingindo bairros periféricos e hoje a doença apresenta potencial elevado de disseminação nas classes média e alta – boa parte moradores da região central. Isso pode ser aferido, explica Doldan, pela procura pelo serviço covid por meio de convênios particulares que tem aumentado.

Aglomerações – Independente do foco da doença, o que mais preocupa às vésperas do final de ano, período constante de aglomerações, é a ocupação de leitos de UTI, em alta. O último boletim desta quinta-feira indicava índice de 77,32%.

A realização das eleições, período em que houve visitas e aproximação física, a reabertura da Ponte da Amizade e a falta o desrespeito de parte da população que não usa máscara e não aplica o distanciamento social, são apontados como fatores que impulsionaram a escalada da doença na cidade, diz Doldan.

Em termos de aglomerações, a faixa etária jovem é apontada uma das responsáveis. Dados da Vigilância indicam que a contaminação de jovens vem crescendo na cidade e com isso ocorre a maior chance de contaminação de pais e avós, mais suscetíveis para desenvolverem casos graves de covid. “O jovem que está pegando covid e levando para casa”, ressalta Doldan.

A prefeitura tem feito fiscalização para conter as aglomerações, mas a iniciativa não tem sido suficiente porque é comum denúncias de bares lotados, festas.

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