H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
Depois da reunião de sexta-feira, 18, em que os representantes do governo nacional não chegaram a um consenso com a posição do departamento de Alto Paraná, dos municípios de fronteira e comerciantes, o prefeito de Ciudad del Este, Miguel Prieto, declarou: “Eu acredito que o recado chegou a Assunção, alto e claro”.
Na reunião, os vice-ministros trouxeram a proposta de abrir a fronteira de forma gradual, limitando o acesso de veículos e pedestres, mas os representantes de Alto Paraná e Ciudad del Este querem que não haja limitações no ingresso de brasileiros.
O prefeito insistiu que o que se espera é uma posição definitiva do presidente Mario Abdo Benítez, informa o jornal La Clave. O presidente, até agora, não se manifestou.
“Aqui a gente está passando fome”, disse Prieto, que na reunião com vice-ministros e outras autoridades de Assunção, anunciou greve na Prefeitura e que iria às ruas junto com manifestantes. O governador de Alto Paraná, Roberto González Vaesken, também prometeu apoiar as manifestações.
Segundo o prefeito, Assunção precisa dimensionar o nível de desespero entre os moradores da fronteira, que há quase sete meses não odem trabalhar devido à fronteira fechada.
Ele mencionou que, no Uruguai, há um grande movimento de compristas brasileiros e que é preciso facilitar para que venham a Ciudad del Este.
“São compristas que estamos perdendo em Ciudad del Este. É dinheiro que estamos perdendo. Entendo que o governo quer controlar a curva (da pandemia), que está protegendo nossa saúde, nossa vida, elas decisões que tomam. Não o culpo, mas temos que comer, subsistir, pagar nossas contas”, afirmou.
O prefeito mencionou que foi publicado um novo sistema para pagamentos de impostos municipais e a única coisa que recebeu foi uma reprovação das pessoas, que não têm recursos para pagar nada.
“E é o certo, têm razão, não têm de onde tirar dinheiro”, reconheceu Miguel Prieto.
Manifestações
Os sindicatos de transportes de Ciudad del Este anunciaram que vão bloquear nesta terça-feira, 22, a passagem de cargas de importação e exportação pela Aduana, até conseguir uma promessa do governo para reabrir a fronteira para o turismo de compra.
Segundo o ABC Color, 3 mil transportadores (taxistas, mototaxistas e de transporte alternativo) foram afetados pelo fechamento da Ponte da Amizade, além de 2 mil vendedores ambulantes.
O presidente do sindicato dos taxistas, Gustavo Espínola, garantiu que a passagem será interrompida por tempo indefinido.
“Pedimos a reabertura da ponte com todos os protocolos sanitários. Não é uma reivindicação só do setor de transporte, mas da grande maioria dos moradores de Ciudad del Este”, explicou. “O governo (…) tem que adotar medidas urgentes, porque a economia está em declive”, concluiu.
O prefeito e até o governador de Alto Paraná vão apoiar os manifestantes.
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