A ideia é o início de tudo, mas analisar se é viável e fazer com que atenda as reais necessidades do mercado também envolvem a trajetória de empreendedores de sucesso.
A equipe da Incubadora Santos Dumont, do Parque Tecnológico Itaipu (PTI-BR) tem sido guia neste caminho para 58 ideias de empreendedores que participam do processo de pré-incubação, com duração de dois meses.
A qualificação dessas propostas é composta por 12 workshops e faz parte do Programa de Inovação Corporativa, promovido pelo PTI em parceria com a Fundação Araucária, que integra as ações do Acelera Foz.
Nesta etapa, os empreendedores selecionados recebem R$ 2.200 em bolsas de pesquisa para acompanhar o treinamento. Dos 58, 13 serão escolhidos ao final do processo, em dezembro, por uma banca de avaliadores, e entrarão para a incubação no Parque com um apoio de R$ 32 mil para botar em prática suas ideias.
O coordenador da Incubadora do PTI, Pedro Sella, explica que a pré-incubação tem como objetivo validar a ideia inicial dos empreendedores, descobrir quem são os potenciais clientes, analisar a viabilidade financeira das soluções, estruturar o modelo e a operação do negócio e, por fim, preparar os participantes para a apresentação para a banca.
O primeiro encontro de qualificação, que está sendo realizado online devido à pandemia do coronavírus, foi no início de outubro, e o último está marcado para o dia 30 de novembro.
Um dos projetos participantes da pré-incubação é o Mogna no Ar, um site do nicho de decoração, da empreendedora Valéria Costa Trentini.
A expectiva, segundo ela, é ter a empresa incubada no Parque “para desenvolver com efetividade cada etapa do processo de crescimento da nossa empresa”, mas já percebeu uma evolução da proposta durante a qualificação.
“Com o treinamento e um melhor olhar analítico podemos ajustar o projeto a sua melhor realidade e aumentar as chances de êxito em menor espaço de tempo”, afirma Valéria.
A empreendedora Claudia Sayuri Takace de Souza cresceu em Foz do Iguaçu, mas percorreu outras regiões do Brasil e até mesmo outros países trabalhando com o desenvolvimento de produtos e aplicação de tecnologias.
Recentemente, voltou para a cidade e aproveitou uma “oportunidade de pivotar minha parte profissional, bem como explorar e desenvolver meu lado empreendedor”.
O projeto com que ela participa da pré-incubação é voltado para a redução de filas e a otimização de fluxos em atrativos turísticos.
De acordo com Claudia, a proposta começou “um pouco abstrata” e ainda sem uma empresa formalmente constituída.
“Mesmo assim, estamos vendo a evolução diária do projeto. O suporte do PTI tem sido instrumental para isso, pois toca as puras bases do processo de inovação de uma maneira ampla e nos coloca em contato com mentores experientes na indústria. Assim, podemos colocar à prova tanto ideias que temos sobre as soluções como conceitos sobre mercado e a própria inovação”, considera.
Inovação Corporativa
Muitos dos projetos selecionados para a pré-incubação são respostas a demandas de médias e grandes empresas do Paraná, que inscreveram suas necessidades em uma primeira etapa do edital. Ao todo, foram selecionadas 57 demandas nas áreas de Agronegócio, Cidades e Turismo, Energia e Segurança de Infraestruturas Críticas.
O objetivo do Programa de Inovação Corporativa é oferecer a essas demandas soluções de empreendedores, em um processo de inovação aberta, com ganhos para ambos: o aumento da competitividade para as médias e grandes empresas, e a oportunidade para pequenos empresários desenvolverem o produto com o acompanhamento e a validação da indústria.
Retomada econômica
O edital, lançado em fevereiro deste ano, foi reestruturado devido os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus, e ganhou uma outra linha para apoio a projetos de startups com soluções para esses desafios econômicos.
Foram selecionadas quatro empresas que, no início de outubro, assinaram contrato para receber até R$ 100 mil para o investimento nessas soluções.
Acelera Foz
O Inovação Corporativa é um dos três editais lançados pelo PTI em conjunto com parceiros dentro do Programa Acelera Foz, que tem o objetivo de retomar a economia da cidade, por meio da atração de investimentos e da diversificação da economia.
Além dele, o Desafio Inova Oeste, feito com a Fundação Araucária e o Sebrae, destinou até R$ 58 mil para projetos de dez empresas da região Oeste do Paraná, a serem investidos na melhoria de seus negócios. Outra ação foi o Programa de Integração Universidade Empresa, que concede bolsas de pesquisa a 169 estudantes para atuar em 69 empresas iguaçuenses.
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