Ele alegou esquecimento e usou o direito de ficar calado. Juiz atendeu a pedido da defesa e vai aguardar argumentos por escrito para depois definir se o réu vai ou não a júri popular
Alegando amnésia, o policial penal federal Jorge Guaranho permaneceu em silêncio, nesta quarta-feira (28), durante interrogatório realizado na 3.ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu. Ele é autor dos disparos que mataram o guarda municipal Marcelo Arruda no dia 9 de julho. Esta seria a primeira vez que Guaranho falaria oficialmente sobre o crime.
O atirador usou o direito que tinha de ficar calado e não se manifestou perante o juiz Gustavo Arguello, promotores do Ministério Público Estadual e advogados de acusação. O juiz atendeu a pedido da defesa do réu e aguarda argumentos por escrito em relação ao fato. Após isso, será definido se Guaranho irá ou não a júri popular.
O interrogatório faz parte da audiência de instrução e julgamento que foi realizada nos dias 15 e 16 de setembro, a partir do depoimento de 12 pessoas, entre testemunhas e informantes. Guaranho seria ouvido no dia 16, no entanto a defesa pediu para que fosse concluído um laudo do local do crime e o interrogatório havia sido transferido para hoje.
O advogado Carlos Roberto Bento, que integra a equipe da defesa de Guaranho, alegou que ele não se recorda dos fatos. “A defesa entendeu que por motivos alheios à vontade do Jorge e da defesa, porém, devido a perda de memória do denunciado, não tendo o mesmo ideia até este momento do que aconteceu na ocasião dos fatos narrados na denúncia, o denunciado se manteve em silêncio em pleno acordo com a legislação vigente que lhe garante tal medida.
Em nota divulgada no final da tarde desta quarta, a equipe de advogados que faz a defesa de Marcelo Arruda expõe a preocupação com a condução dos fatos. “É possível que seja necessária uma investigação internacional para apurar, até o fim, as responsabilidades de terceiros para com o assassinato e as motivações do assassino”, informa a nota.
Os advogados ainda salientam que a o Ministério Público e os assistentes de acusação “convergem no sentido de que estão provados os fatos descritos na denúncia que o réu Guaranho deve responder por homicídio duplamente qualificado”.
A decisão do juiz deve ser proferida até a primeira quinzena de outubro.
A família e amigos de Marcelo Arruda fizeram uma concentração em frente ao Fórum de Justiça local antes da audiência. Com faixas e cartazes, mais uma vez eles pediram justiça.
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