PF desmantela organização que desviava recursos públicos em São Miguel do Iguaçu

A quadrilha movimentou cerca de R$ 60 milhões nos últimos 7 anos.

Denise Paro – H2FOZ

Seis pessoas foram presas e 130 ordens judiciais cumpridas hoje pela manhã em seis municípios da região Oeste durante a Operação Apocalipse. Os detidos são acusados de integrar uma organização criminosa especializada em desviar recursos públicos da prefeitura de São Miguel do Iguaçu. Estima-se que foram movimentados mais de R$ 60 milhões em 25 procedimentos de licitação fraudulentos entre 2013 a 2020. 

Cerca de 191 policiais participaram da ação, batizada de Operação Apocalipse. Entre as prisões realizadas, duas são preventivas e quatro temporárias. Uma das ordens de prisão foi contra o prefeito de São Miguel do Iguaçu, que já estava detido. 

Além das prisões, os policiais cumpriram 51 mandados de busca e apreensão e 44 ordens de afastamento de sigilo bancário e fiscal. Também foram feitas buscas em Santa Terezinha de Itaipu, Foz do Iguaçu, Medianeira e Serranópolis do Iguaçu e Missal

O delegado chefe da PF em Foz, Roberto Biasoli diz que as investigações apontaram a existência de uma organização criminosa especializada no desvio de recursos públicos destinado à saúde, esporte, limpeza urbana entre outros setores. Os membros atuavam por intermédio de empresários de fachada com foco no lucro ilícito e lavagem de dinheiro.

O delegado coordenador da operação, Adriano Chamme, diz que a partir do executivo municipal, foi criada, com empresários, uma estrutura hierarquizada para a prática de inúmeros crimes. 

O esquema visava colocar pessoas ligados ao grupo em cargos estratégicos para praticar atos com intuito de facilitar a apropriação de verbas públicas. Com isso, começaram a ser feitas licitações e contratadas empresas relacionadas ao grupo criminoso investigado. 

Algumas empresas eram de fachada e estavam relacionadas direta ou indiretamente a um empresário do município. Alguns investigados, segundo a PF, tiveram uma exponencial evolução patrimonial, cujos bens estavam em nome de outras pessoas. 

Entre os procedimentos licitatórios feitos pela organização, 2 foram executados no período da pandemia da covid-19. 

O nome da operação é uma referência ao Arcanjo, padroeiro de São Miguel do Iguaçu, que é retratado no livro Apocalipse como um guerreiro na luta contra o mal. 

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