Paraguaios vão menos aos supermercados, por medo do vírus e por falta de dinheiro

Estes são alguns resultados de uma pesquisa feita por uma consultora paraguaia, em Assunção e cidades vizinhas.

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

A pandemia de covid-19 e as medidas para combater a proliferação do vírus modificaram os hábitos de compra dos paraguaios, segundo uma pesquisa feita pela consultora CCR Paraguay entre os moradores de Assunção e cidades vizinhas, noticia o jornal Última Hora.

Desde que teve início a fase 1 da quarentena inteligente, em 4 de maio, 51% dos entrevistados disseram que vão menos que antes aos supermercados, enquanto 31% continuam com a mesma frequência de sempre e 18% vão mais vezes que antes.

Para 65% dos consumidores que reduziram a ida ao supermercado, um dos motivos é a aplicação de protocolos sanitários opressivos ou porque têm medo do contágio. Outros 18% alegam que não vão comprar porque não há ofertas ou créditos que estimulem o gasto.

Já 11% dos entrevistados têm um motivo mais pé no chão: falta de dinheiro. E 9% alegam que o que falta é ânimo para ir às compras.

Outro ponto da pesquisa da CCR Paraguay foi para saber sobre compras on line, em que 41% responderam que fizeram compras eletrônicas em supermercados e 36% disseram que continuarão fazendo isso, alternando com as compras presenciais.

28% responderam que não voltarão a comprar em locais físicos, enquanto outros 28% ainda não sabem.

36% dos consumidores disseram que aumentaram a frequência de compras de alimentos por WhatsApp, mas no pós-pandemia 50% vão alternar isso com a compra física.

De cada 10 pessoas, 7 disseram que voltarão às lojas e restaurantes, mas 3 dessas 7 só farão isso com protocolo sanitário. 34% dos entrevistados ainda sabem se voltarão ou não às praças de alimentação.

Arrecadação cai

A queda nas vendas, que apareceu na pesquisa, é um dos motivos para a arrecadação de tributos, no Paraguai, ter sofrido uma redução forte em julho, embora em índices menores que os resultados de abril.

A Subsecretaria de Estado de Tributação e a Diretoria Nacional de Aduanas apresentaram em julho quedas na arrecadação de 7,8% e 14,3%, respectivamente.

A Administração Tributária revelou que a arrecadação em julho foi equivalente a US$ 207,1 millhões, enquanto no mesmo mês de 2019 foi de US$ 224,8 millhões (respectivamente, R$ 1,04 bilhão e R$ 1,17 bilhão).

De janeiro a julho, a arrecadação chegou a US$ 1,08 bilhão, menos 18% na comparação com o valor arrecadado no mesmo período de 2019 (US$ 1,32 bilhão).

Nas Aduanas, em julho, houve um ingresso de US$ 120,3 milhões, 14,3% inferior aos US$ 140,4 milhões de julho de 2019. Em junho, o resultado havia sido positivo em 2%, comparado a junho de 2019.

No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, a Diretoria de Aduanas registrou uma queda de 12,8% nos tributos, o que representou US$ 111,8 milhões a menos.

As medidas para controlar a pandemia, em março, provocaram uma violenta diminuição na arrecadação de tributos, em abril, mas a queda foi se desacelerando, até chegar a uma nova redução forte em julho.

A expectativa, segundo o Última Hora, já não é alentadora, e estima-se fechar o ano com significativa diminuição no ingresso de tributos.

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