H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
O secretário nacional Antidrogas do Paraguai, Arnaldo Giuzzio, disse que a Senad está estudando a possibilidade de pedir que seja regulamentada a produção de maconha para vender no mercado internacional.
Para isso, será preciso uma lei que permita o cultivo controlado de maconha, como informa a agência espanhola EFE, que participou da entrevista coletiva com Giuzzio. A matéria foi publicada no jornal Última Hora.
O Paraguai já flexibilizou medidas quanto ao cultivo de maconha, autorizando a produção para fins medicinais, mas a Secretaria Nacional Antidrogas quer que seja autorizado também o plantio para exportação, já que o país é o maior produtor de cannabis da América do Sul.
A produção sem autorização legal, mesmo para fins medicinais, dá cadeia. Em outubro de 2019, um paraguaio foi condenado a cinco anos de prisão por elaborar óleo de cannabis em sua casa.
Mudança de foco
Além dessa questão da legalização do plantio para exportação, o secretário disse que está empenhado, também, em mudar o enfoque do trabalho da Senad.
“Hoje em dia, nos damos conta de que temos que administrar essa situação (das drogas)”, disse o secretário. A estratégia atual se baseia na “luta contra as drogas”.
Os agentes antidrogas, exlicou, concentram seu trabalho na apreensão de substâncias, mas o que se busca agora é “descobrir e desarticular a estrutura logística”, para chegar aos cabeças das organizações criminosas.
“Queremos dar um novo enfoque à luta contra as drogas em nosso país, até no nome”, disse Arnaldo Giuzzio. “Estamos pensando que não seja mais Secretaria Nacional Antidrogas, mas de administração e controle de drogas. Esse é o novo enfoque”, explicou.
Para esta nova estratégia, a Senad está construindo um laboratório para analisar as drogas apreendidas e determinar sua procedência.
Também espera que, nos próximos meses, seja habilitado um radar em Conceción, que permita melhorar o controle do espaço aéreo na região do Chaco paraguaio, evitando a entrada de aviões dos traficantes.
Giuzzio adiantou que, com a construção da rota bioceânica no Chaco, a Senad habilitará postos de controle em locais estratégicos, como Pozo Fondo, na fronteira com a Argentina, e Carmelo Peralta, na fronteira com o Brasil.
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