H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
O ministro de Saúde Pública do Paraguai, Julio Mazzoleni, anunciou que na segunda-feira, 5, terminam as fases da quarentena inteligente, de prevenção contra a pandemia de covid-19, e entra em vigência no país “um modo seguro de viver” ou de “aprender a conviver com a covid-19”, segundo o jornal Última Hora.
Esta foi a proposta que a área de saúde do governo levou à apreciação do presidente Mario Abdo Benítez, que até hoje nunca deixou de cumprir o que foi recomendado.
Mazzoleni considera que, em relação à região e do ponto de vista ecoonômico, “o Paraguai está em uma posição privilegiada dentro de uma situação que não é boa para toda a humanidade”.
Ainda segundo o ministro, o novo coronavírus estará entre nós por muito tempo, mesmo com as persectivas favoráveis de se conseguir vacinas.
“Por isso é importante que comecemos a nos adaptar a um modo seguro de viver. E devemos fazer isso sem medo, mas com muito respeito. Nunca há que negá-lo nem subestimá-lo (o vírus), porque temos tido experiências desastrosas no mundo, em geral, e também algumas experiências negativas aqui no país”, justifica.
Para Mazzoleni, o Paraguai está com uma circulação viral mais lenta, embora com um alto número de casos. Por isso, a volta de algumas atividades, assim como os eventos sociais, devem ocorrer “de maneira gradual”, em relação ao número de participantes, porque ainda pode haver um descontrole.
Se houver uma disparada de contágios, eventualmente, serão tomadas “decisões pontuais”, por região, por município ou até por um setor econômico em particular, afirma.
Decisão precipitada
No jornal ABC Color, o infectólogo Tomás Mateo Balmelli critica a decisão de flexibilização e diz que deveria se esperar mais um pouco, porque o país está com um pico de casos e, além do mais, enfrenta a situação de contaminação de pessoas provocada pelos incêndios.
“Isto (os incêndios) vai piorar os problemas respiratórios, somando-se ao coronavírus, o que vai estressar ainda mais o sistema sanitário”,diz o especialista.
Segundo ele, já que “esperamos sete meses, poderíamos esperar uma semana mais para ver como está se mobilizando esta segunda crise sanitária”.
E considera que se faz tudo ao contrário, no país. “Quando tínhamos poucos infectados, fomos para a quarentena total; e agora que chegamos a uma fase de pico”, há a liberação, com maior risco de infecção, maior número de casos e o mesmo número de leitos.
O que passa a ser permitido
O jornal La Nación detalha quais mudanças entram em vigor na segunda-feira:
– Extensão da faixa horária. Atividades e circulação se estendem de 5h à meia-noite, de segunda a domingo;
– O deslocamento entre departamentos será sem restrições, com cuidados necessários;
– Eventos com até 30 pessoas serão permitidos, desde os corporativos até os sociais, mas organizados profissionalmente, com protocolos estritos;
– Encontros sociais ou familiares de até 12 pessoas podem ser feitos, mas com recomendações que o Ministério de Saúde ainda irá divulgar;
– Atividades religiosas e culturais de até 50 pessoas, desde que haja infraestrutura e espaço físico necessários;
– Crianças poderão sair às ruas, mas em companhia de um adulto responsável;
– Os hotéis poderão reabrir, sob protocolo estrito, trabalhado em conjunto com a Secretaria Nacional de Turismo e o sindicato do setor;
– As academias poderão desenvolver atividades físicas ou artísticas, seguindo protocolos.
Casos e mortes pela pandemia
No Paraguai, o último informe da Saúde Pública registra 42.684 casos confirmados e 890 mortes por covid-19.
Há 701 pacientes internados, dos quais 140 em terapia intensiva. Os recuperados somam 25.803, o que significa um índice de recuperação de 60,4%, até agora o melhor resultado alcançado no país.
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