H2FOZ – Denise Paro
Ao contrário do que muita gente imaginava, a criminalidade registrou uma leve redução desde o início da pandemia da covid-19 em Foz do Iguaçu. A tendência de queda também foi observada no Paraná no que se refere a crimes contra o patrimônio – que incluem, entre outras ocorrências, roubos, furtos, extorsão e estelionato –, segundo levantamento feito pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP/PR). Apesar da retração, o roubo de carros e em estabelecimentos comerciais manteve patamares elevados em Foz.
As estatísticas da SESP comparam os primeiros seis meses deste ano com o mesmo período de 2019. Em Foz do Iguaçu, os mais expressivos índices de retração estão relacionados aos crimes contra a dignidade sexual e roubos em geral (ver infográfico).
Na contramão, o roubo de carros (quando se usa a violência) reduziu apenas 0,60%, ou seja, em 2019 foram 167 ocorrências, e neste ano, 166. Já o furto de veículos caiu 20,64%, passando de 344 no ano passado para 273 em 2020. O número de bens recuperados também diminuiu de 457 em 2019 para 395 neste ano.
Quando se trata de roubo de carros, no índice estadual, Foz do Iguaçu fica atrás apenas da região metropolitana de Curitiba e de Londrina, considerando-se números absolutos, sem o comparativo com a quantidade de veículos e a população.
Tendência parecida foi registrada em roubos relacionados a ambientes comerciais. Apesar de esse tipo de crime ter diminuído em residências, no comércio subiu de 83 em 2019 para 117 em 2020.
Delegada adjunta da 6ª Divisão Policial de Foz do Iguaçu, Araci Carmem Costa Vargas atribui a redução dos índices de criminalidade na cidade ao isolamento social: “As pessoas ficaram reclusas em seus lares sem participar de atividades na sociedade”.
Para a delegada, a pandemia trouxe uma mudança significativa na sociedade, e ocorreu uma mudança de comportamento. Porém, o crime se adapta e aproveita as brechas, por isso foi registrado o crescimento de roubos em farmácias, padarias e postos de combustíveis, estabelecimentos que não fecharam em nenhum momento. Alguns criminosos aproveitaram o uso da máscara para dificultar a própria identificação, diz Araci.
A delegada diz que a manutenção de patamares altos para o roubo de carros se deve à característica da cidade, situada em fronteira, que sempre foi, depois de Curitiba e região metropolitana, uma das campeãs nos índices de furto e roubo de veículo.
Violência doméstica
Quanto à violência doméstica, os índices se mantiveram praticamente no mesmo patamar na cidade. Entre janeiro e junho de 2019, foram 1.042 ocorrência contra 1.018 no mesmo período deste ano. Segundo Iraci Pereira, coordenadora da Patrulha Maria da Penha, da Guarda Municipal (GM), os números podem não retratar a realidade pelo fato de muitas mulheres terem deixado de fazer denúncias porque não tinham como ir à delegacia e por medo de ficar sozinhas ou perder o emprego.
Em Foz do Iguaçu, além das ações de investigação, a polícia conta com recursos de monitoramento por imagens e com a contribuição da população nas denúncias para desvendar os crimes.
Serviço:
Denúncias podem ser feitas em canais das redes sociais da Polícia Civil ou pelo telefone 197.
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