Origens

Vários grupos humanos sucederam-se ao longo dos séculos. Os últimos, que precederam os europeus (espanhóis e portugueses), foram os índios. Na simplificação que divide a História da América em antes e depois do seu “descobrimento” pela civilização “branca”, o depois começa para Foz do Iguaçu em 1542, ano da “descoberta” das cataratas do Iguaçu pelo espanhol Álvar Nuñez Cabeza de Vaca”.

Vários grupos humanos sucederam-se ao longo dos séculos. Os últimos, que precederam os europeus (espanhóis e portugueses), foram os índios. Na simplificação que divide a História da América em antes e depois do seu “descobrimento” pela civilização “branca”, o depois começa para Foz do Iguaçu em 1542, ano da “descoberta” das cataratas do Iguaçu pelo espanhol Álvar Nuñez Cabeza de Vaca”. 

Alvar Nuñez saiu da Espanha com uma expedição colonizadora rumo ao sul do Brasil. Saiu com 400 homens em busca de novas terras que havia requerido à Coroa da Espanha. Aportou na Ilha de santa Catarina e de lá aventurou-se em direção à Bacia do Prata. Em 1542 chegou ao rio Iguaçu e pó ele seguiu viagem por índios. Atingiu as Cataratas sem ao menos ser alertado sobre sua existência por seus guias. Escapou de ser por elas tragado pelo alerta que recebeu do estrondo das águas e das nuvens de neblina que avistou do fundo do precipício. 

Batizou o fantástico fenômeno da natureza de cachoeira de Santa Maria e seguiu viagem pelo Paraguai, sem deixar rastro de qualquer forma de ocupação da área. De Alvar Nuñez Cabeza de Vaca na região ficou apenas o registro de que foi o “descobridor” das Cataratas. 

Depois dele sucedem-se fatos ligados aos índios, missões jesuítas e disputas entre espanhóis e portugueses pela posse do território, numa saga que se arrastaria até fins do século XIX, quando enfim teria início o processo de colonização. 

Por desinteresse ou incapacidade, os portugueses permitiram que os espanhóis, valendo-se das missões jesuíticas, se apossaram da região situada entre os rios Paranapanema, Paraná e Iguaçu. Caberia aos bandeirantes a façanha de conseguir este território para o domínio português. 

Em 1619, uma bandeira paulista chefiada por Manoel Preto fez uma primeira “operação limpeza”. De caça aos índios cristanizados e desmantelamento das missões jesuíticas na região. A operação foi completada pelo bandeirante Antonio Raposo Tavares, entre 1629 e 1632. Com em exército de 69 paulistas, 900 mamelucos e 2.000 indígenas, Raposo Tavares anulou as pretensões espanholas. Mas os portugueses limitaram-se à conquista e não ocuparam efetivamente o território, que assim permaneceu esvaziado de população e livre de qualquer exploração. 

A garantia de que este território seria português e integrado ao mapa do Brasil se deu com o Tratado de Madri, celebrado entre Portugal e Espanha em 1750. Mas também não seria dessa vez que seria dado início à ocupação e colonização. Uma tentativa foi feira em 1765: foi sugerida a criação de um estabelecimento militar na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina para garantir o domínio português sobre a área. A proposta não se concretizou e a região continuou relegada e esquecida. 

Só mais de um século depois, em 1876, um certo capitão Nestor Borga montou uma espécie de expedição redescobridora com a pretensão de incorporar o território nacional uma província considerada perdida. Foi apenas um ensaio de ocupação, que não se consumou. Fato novo, porém, ocorreu em 1881: Foz do Iguaçu recebeu seus dois primeiros habirantes vindos para ficar – o brasileiro Pedro Martins da Silva e o espanhol Manoel Gonzáles. Pouco depois chegaram os irmãos Goycochéa, que começaram a explorar a erva-mate. Enquanto isso, o Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro, discutia a necessidade de fundar uma colônia militar e um destacamento da Marinha na foz do rio Iguaçu. 

Preocupava o Ministério da Guerra e o crescimento da população argentina e paraguaia na região e a exploração predatória da erva-mate e da madeira. A velha luta para garantir a integridade do território brasileiro neste ponto do mapa não havia terminado. Era chegado o momento de dar um impulso definitivo à ocupação por brasileiros do estratégico ponto geográfico da fronteira com o Paraguai e a Argentina. 

Fonte: Livro Foz do Iguaçu – Retratos, junho de 1997

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