Matéria da Agência Brasil confunde rios ao falar da seca no PR

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O desconhecimento sobre o Paraná, Brasil afora, é impressionante!

Jornais que publicam informações sobre o Estado sempre erram aqui e ali.

Desta vez, o erro vem da Agência Brasil, do governo federal, que mistura rios e cria um caos hídrico generalizado.

A matéria diz que a vazão das Cataratas do Iguaçu “está um quinto do considerado normal para o período”. Correto

Já a seguir, diz que “na região da Ponte da Amizade, entre a cidade de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, no Paraguai, o nível do Rio Iguaçu está 8 metros e meio abaixo da média dos últimos cinco anos”.

E vai além: “Os dados são da Sanepar, a Companhia de Saneamento do Paraná, publicados nesta semana”.

Poderia ter sido apenas um erro de digitação. Ao invés de Rio Paraná, saiu “Iguaçu”.

Mas não. O Rio Paraná corre em outra direção.

E o pior. A pobre Sanepar é culpada ainda pela informação errada.

“De acordo com a companhia, neste ano, a estiagem no rio Paraná é ainda mais preocupante para a região Sudoeste do estado e algumas cidades como Pranchita e Santo Antônio do Sudoeste já estão com rodízio no abastecimento”.

POÇOS SECOS

As duas cidades estão de fato com problemas no abastecimento e ficam no Sudoeste do Estado.

Portanto, bem longe do Rio Paraná, que nada tem a ver com isso. Aliás, nem o próprio Rio Iguaçu, que passa pela região, tem culpa no cartório.

A falta de água para a população é porque os poços que abastecem os municípios estavam, na época em que foi publicada a informação pela Sanepar, com 60% de sua vazão normal.

NÃO SÃO RIOS QUAISQUER

Dois rios importantes, um deles fundamental para o fornecimento de energia para o Brasil: o Paraná, onde está a usina de Itaipu, que atende 15% do mercado brasileiro.

O outro rio é o Iguaçu, que forma as Cataratas (nisso a matéria acertou), atração turística mundial. Mas que apenas deságua no Rio Paraná, depois das quedas. E é o Paraná, obviamente, que faz a fronteira entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este.

FALTOU GOOGLE

A matéria, curta, leva como responsáveis três nomes: da repórter e de dois editores.

Nenhum deles deu uma olhadinha no Google. Ou num mapa do Paraná.

Talvez nenhum deles acredite que dois rios tão importantes possam passar, pertinho um do outro, numa mesma cidade de fronteira. E cada um ter seu espetáculo à parte.

Impressionante! Não é de chorar?

Talvez nem tanto pelos erros da reportagem, mas pela situação dos dois principais rios paranaenses, ambos à míngua.

Confira a matéria aqui.

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