A Marinha do Brasil informou, por meio de nota em seu site oficial, que realizou, na última terça-feira (9), o resgate de quatro tripulantes de embarcações no lago de Itaipu, no perímetro de Foz do Iguaçu. De acordo com a publicação, os militares da Capitania Fluvial do Rio Paraná (CFRP) foram acionados imediatamente após receberem um pedido de socorro por parte de um familiar de um dos tripulantes.
Na ocasião, a CFRP mobilizou uma equipe que realizava patrulhamento no lago, por ocasião da Operação Verão e da Operação Iguaçu, para fazer o resgate. No local, foram encontradas duas embarcações, estando uma submersa, com seu tripulante na água, e a outra com três tripulantes à deriva.
Conforme Rafael Alves, um dos resgatados, o grupo foi surpreendido pelo mau tempo repentino. “O vento virou, e virou do nada, com ondas enormes. E a gente não conseguiu sequer ir à barranca. Felizmente consegui cortar a corda que amarrava as duas embarcações, mas uma delas afundou. Nisso, veio a primeira onda, que aguentamos, mas na segunda já não tivemos o que fazer”, contou.
Ele ainda relatou que as ondas continuaram aumentando quando a equipe de resgate chegou ao local. Na sequência, o grupo seguiu na embarcação da Marinha e foi rebocado até a Capitania Fluvial. “Eu me criei nesse lago, mas juro que nunca vi uma ventania como aquela ali. Desde os 6 anos eu velejo, mas esse vento contra, um vento noroeste, nos surpreendeu muito”, explicou Alves, afirmando ainda ser pescador profissional e velejador.
Segundo o capitão dos portos do Rio Paraná, capitão de fragata Edésio Raimundo de Assis Junior, apesar de o resgate ter sido bem-sucedido, ele seria ainda mais ágil caso os navegantes usassem o aplicativo Navseg, disponível para todos os sistemas de celular desde setembro do ano passado. O app permite que a autoridade marítima monitore, em tempo real, o trajeto de cada embarcação, desde a partida até a chegada ao destino informado.
“Ainda assim, as ações se desenvolveram de forma expedita e segura, confirmando o elevado grau de adestramento e prontidão da equipe. Um dos militares, o segundo-sargento fuzileiro naval Hening, mergulhou para resgatar a vítima na água, conduzindo-a em segurança para a lancha de apoio. A embarcação à deriva foi rebocada até a CFRP”, informou.
O capitão ainda relatou que, enquanto o naufrágio da embarcação submersa foi causado pelo mau tempo, a outra embarcação teve uma falha mecânica que impediu a continuidade da navegação. “Felizmente, todos eles estavam usando coletes salva-vidas, que é obrigatório. Esse certamente foi um fator que contribuiu positivamente para que todos fossem salvos com vida, porque, sabemos, estas são águas com menos flutuabilidade que o mar, por exemplo”, ressaltou.
De acordo com a CFRP, foi realizada, excepcionalmente, a retirada da embarcação que naufragou. A medida foi tomada devido ao potencial risco a uma das turbinas da usina hidrelétrica de Itaipu, pois estava deslocando-se perigosamente em direção à barragem. A embarcação será objeto de perícia durante o inquérito administrativo instaurado a fim de elucidar o motivo do acidente.
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