Com o lema “Mulheres em resistência contra todas as formas de violência”, uma marcha em Foz do Iguaçu marcará o Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira, 8. A concentração será a partir das 17h, no Bosque Guarani, em frente ao Terminal de Transporte Urbano (TTU).
EDITORIAL: Dia Internacional da Mulher: equidade e eliminação de todas as formas de violência
O movimento irá percorrer as ruas centrais da cidade, terminando com ato público e cultural na Praça da Paz. A mobilização é organizada por sindicatos, organizações sociais, centros de serviços à mulher e coletivos. Serão arrecadados absorventes e alimentos para mulheres em situação de vulnerabilidade social.
O fim da violência de gênero será uma das principais pautas da Marcha das Mulheres. Em Foz do Iguaçu, os crimes em que as vítimas são do sexo feminino cresceram, passando de 6.078 registros em 2021 para 6.470 no ano passado, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Uma das organizadoras da marcha, Maria Madalena Ames lembra que 8 de março não é dia de celebração, mas sim de reflexão e luta. “Em todo o mundo, a data marca a resistência das mulheres, em todas as épocas, contra a violência e em busca de direitos e de igualdade”, ressalta a professora, que é diretora da APP-Sindicato/Foz.
“Por isso, vamos às ruas e convocamos toda a sociedade para marchar conosco nesta luta, que é de todos, mulheres, mães, esposas e filhas, mas também de homens, esposos, filhos e pais”, convida. Para Madalena Ames, a erradicação da violência de gênero requer o envolvimento de toda a sociedade.
Violência diária contra mulheres
Os dados refletem uma realidade assustadora: o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking de violência contra a mulher, conforme o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). Na lista da barbárie contra as mulheres, o país fica atrás somente de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
Uma mulher sofre assédio sexual a cada segundo no país, de acordo com pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No ano passado, 30 milhões de mulheres sofreram algum tipo de assédio, como comentários constrangedores, ou tiveram o corpo tocado nas ruas, no transporte público ou no ambiente de trabalho.
A violência não para aí. Mostra o IBGE que as mulheres ganham cerca de 20% menos que os homens na mesma função, com o mesmo número de horas trabalhadas. E ainda enfrentam muitas outras dificuldades, como preconceito, discriminação e dupla, tripla ou múltipla jornada.
Marcha das Mulheres em Foz do Iguaçu
Data: 8 de março (quarta-feira), 17h
Local: Bosque Guarani (concentração)
Haverá recolhimento de absorventes e alimentos não perecíveis.
Comentários estão fechados.