Maioria das empresas do Paraná teve aumento nas vendas em setembro

Boletim mostra retomada dos setores. Bom resultado de setembro foi puxado pelo atacadista.

Setembro registrou um fato inédito no ano na economia do Paraná: pela primeira vez a maior parte das empresas do Estado fechou um mês com variação positiva nas vendas. O índice de estabelecimentos que apontou evolução na comparação com o mesmo mês de 2019 foi de 51,9%, segunda evolução consecutiva.

O dado consta do boletim conjuntural elaborado pelas secretarias da Fazenda e do Planejamento e Projetos Estruturantes, divulgado nesta sexta-feira (09), e que revela uma continuidade na recuperação observada nos meses anteriores.

Até então, o percentual não havia ultrapassado a casa dos 50%, nem mesmo antes da pandemia (janeiro e fevereiro). Os índices anteriores foram de 48,4% (janeiro), 47,4% (fevereiro), 37,5% (março), 27,7% (abril), 35,6% (maio), 44% (junho), 43,4% (julho) e 46% (agosto).

O bom resultado de setembro foi puxado pelo setor atacadista. Neste segmento, 60% das empresas registraram aumento nas vendas. Em seguida estão indústria (55%) e varejo (52%).

No segmento de restaurantes a retomada mostra-se mais lenta: apenas 25% dos estabelecimentos do ramo tiveram aumento nas vendas em setembro. A grande maioria (71%) fechou o mês com queda, comparando-se com o mesmo mês do ano passado.

ARRECADAÇÃO – O crescimento das vendas nestes segmentos refletiu na arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do mês passado. As maiores variações positivas foram justamente no comércio varejista (21,1%) e no comércio atacadista (18,4%). Essas duas categorias ajudaram a compensar a queda na arrecadação de combustíveis (-24%), que é o componente com maior participação no bolo arrecadatório.

No total, o ICMS de setembro fechou o mês com queda de 0,5% em relação a setembro de 2019. No acumulado de 2020, a queda em relação a 2019 se mantém, ainda, na casa dos R$ 1,5 bilhão (-6,5%).

Já em relação ao previsto na Lei Orçamentária Anual de 2020, o rombo é ainda maior e a queda chega a R$ 1,7 bilhão.

O ICMS apresentado no boletim é o total bruto arrecadado. A partir deste valor, 25% são repassados semanalmente para os municípios, de acordo com o índice para 2020 de cada um. Além disso, 20% são repassados para o Fundeb.

ÁUDIO E VÍDEO – Em setembro, oito dos 11 segmentos do comércio varejista analisados fecharam com alta nas vendas em relação ao ano anterior, com destaque para o desempenho no setor de áudio, vídeo e eletrodomésticos, com 56%. Também tiveram crescimento materiais de construção e ferragens (33%), hipermercados e supermercados (14%), cosméticos e higiene pessoal (10%), informática e telefonia (11%), farmácias (9%), cama, mesa e banho (3%) e veículos novos (3%).

Por sua vez, sofreram quedas em setembro os setores de vestuário e acessórios (-10%), calçados (-20%) e restaurantes e lanchonetes (-29%). Estes três últimos segmentos são os mais afetados pela pandemia e também acumulam as maiores perdas no ano: -26%, -32% e -35%, respectivamente. Também estão no negativo este ano veículos novos (-15%), cama, mesa e banho (-11%) e cosméticos e higiene pessoal (-6%).

Por sua vez, informática e telefonia (3%), material de construção e ferragens (6%), farmácias (6%), hipermercados e supermercados (10%) e áudio, vídeo e eletrodomésticos (15%) acumulam altas nas vendas em 2020.

PRODUTOS – No recorte de vendas totais por produto (que incluem as negociações de mercadorias entre empresas ao longo da cadeia produtiva e as exportações), 19 grupos registraram altas em setembro, contra nove setores com quedas. Os maiores crescimentos no mês foram de telefones celulares (53%), linha branca (48%), tintas e vernizes (48%) e colchões (47%),

No acumulado do ano, as maiores altas ainda são do setor alimentício: cereais, farinhas, sementes, chás e café (36%); frutas, verduras e raízes (23%); carnes, peixes e frutos do mar (21%); e produtos químicos (20%).

As maiores baixas de 2020 concentram-se no vestuário (-25%), automóveis (-24%), caminhões e ônibus (-23%), tratores (-16%) e motocicletas (-12%).

NOTAS FISCAIS – Em setembro, o valor médio das emissões de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) avançou em todas as quatro atividades analisadas no Estado, em comparação com o mês de agosto.

O principal destaque é da indústria da transformação, com crescimento de 16,1%. Comércio atacadista, indústria de alimentos e comércio varejista registraram variações de 14,7%, 8,2% e 3,3%, respectivamente.

Na macrorregião Leste, que engloba capital e Região Metropolitana, as atividades da indústria de transformação progrediram 15,6% em setembro, no comparativo com o mês de agosto. Comércio atacadista, indústria de alimentos e comércio varejista também contabilizaram altas de 11,9%, 3,7% e 1,2%, respectivamente.

Já na macrorregião Noroeste (região de Maringá e Umuarama), o valor médio diário da emissão de NF-e do comércio atacadista foi o que mais cresceu, com variação de 17,6% em comparação a agosto. Enquanto a indústria de alimentos e o comércio varejista evoluíram 12,5% e 6,2%, respectivamente, as atividades manufatureiras, excluindo a fabricação alimentícia, apresentaram alta de 15,5% em setembro no confronto com o mês anterior.

O valor médio diário da emissão de NF e do comércio atacadista da Macrorregião Norte cresceu 21% em relação a agosto. Os desempenhos da indústria de alimentos e das demais atividades manufatureiras também foram relevantes na região, atingindo variações de 11,8% e 19,7%, respectivamente. Já o comércio varejista avançou a uma taxa menos significativa (5,3%), embora registre contínuo movimento de recuperação desde maio.

E na macrorregião Oeste, após declinar em agosto, a indústria de transformação registrou crescimento de 15,8% em setembro, o maior entre as atividades analisadas no território. O comércio atacadista, a indústria alimentícia e o comércio varejista avançaram, respectivamente, 14,1%, 6,9% e 5% no mês passado, comparativamente a agosto.

EXPORTAÇÕES – O boletim traz também dados do Ministério da Economia referentes ao valor das importações e das exportações no estado do Paraná, em dólares. No acumulado do ano, o Estado exportou um total de US$ 12,59 bilhões, contra US$ 12,34 bilhões de 2019. Já as importações tiveram retração: US$ 7,84 bilhões este ano ante US$ 9,56 bilhões de 2019.  

EMPRESAS EM ATIVIDADE – O índice de empresas paranaenses em atividade atingiu seu maior patamar desde o início da pandemia – ou seja, é mínima a quantidade de estabelecimentos ainda paralisados devido à pandemia.

No total do Estado, o percentual de empresas que emitiram ao menos um documento fiscal (NF-e ou NFC-e) em setembro, o que as caracterizam como ativa, se aproximou de 100%%. Para efeitos de comparação, no final de março este índice havia despencado para 54%.

O número reflete também a queda nos índices de isolamento social em território paranaense. O percentual de pessoas que permaneceram em casa em setembro foi de 35% – o menor desde o início da pandemia, em março.

Confira o Boletim Conjuntural AQUI.

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