Justiça suspende julgamento de réu pelo assassinato de Marcelo Arruda

Júri popular estava marcado para a próxima quinta-feira (2); liminar foi solicitada pela defesa de Jorge Guaranho.

A pedido da defesa do ex-policial penal Jorge Guaranho, a 1.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná concedeu liminar, nessa sexta-feira (26), suspendendo o julgamento marcado para a próxima quinta (2), em Foz do Iguaçu, no qual Guaranho é acusado pelo assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda.

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Ainda não há nova data para o julgamento. Os advogados que representam o réu alegam que a repercussão da morte de Arruda na sociedade local, além da composição do júri, pode resultar na perda da objetividade necessária para que os jurados analisem o caso de forma imparcial.

Em seu despacho, no qual julga procedente o pedido da defesa, o desembargador-substituto Sergio Luiz Patitucci considera que “a vítima era guarda municipal e diretor do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Foz do Iguaçu, sua companheira possui um cargo em Itaipu Binacional, e o corpo de jurados é composto por sete funcionários de Itaipu e 21 funcionários municipais de Foz do Iguaçu, o que pode influenciar na decisão dos jurados”.

“Desta forma, diante da relevância dos motivos alegados pela defesa do réu, defiro o pedido de liminar, para o fim de determinar a suspensão do julgamento na Comarca de origem, até ulterior deliberação, para que seja possível o aprofundamento dos argumentos trazidos pelo autor, com fundamento no art. 427, §2º, do Código de Processo Penal”, delibera o desembargador.

A respeito da suspensão do julgamento e do pedido de escolha de outra comarca, Daniel Godoy, advogado assistente de acusação, comentou, via WhatsApp, que “cabe recurso e a assistência de acusação tomará a decisão em conjunto com a familia da vítima”.

“Quanto à decisao da suspensão do júri, entendemos que a repercussao do crime e seu alto grau de reprovação social, com manifestação de setores da sociedade dos mais variados espectros políticos contra a intolerancia política, indicam, independentemente do local onde se realize o julgamento, com o largo conjunto probatório, o provável juizo condenatório do réu”, ponderou Godoy.

Marcelo Arruda foi morto a tiros na noite de 9 de julho de 2022, enquanto comemorava o aniversário de 50 anos com uma festa alusiva ao então pré-candidato Lula e ao Partido dos Trabalhadores (PT), legenda pela qual foi candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu, nas eleições municipais de 2020.

A acusação sustenta o argumento de que o crime foi praticado por razões políticas. Conforme a tese, o réu, que fazia parte da associação onde acontecia a festa, teve acesso às imagens da celebração e teria ido ao local para “tirar satisfação” com os participantes. Já a defesa nega a existência de motivação política.

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