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Após três dias de julgamento em Curitiba, a família do guarda municipal e ex-tesoureiro do PT Marcelo Arruda se sente aliviada. Um dos filhos de Arruda, Leonardo Miranda disse que a condenação do ex-policial penal Jorge Guaranho a 20 anos de prisão serve de exemplo para a sociedade brasileira e aumenta a voz sobre a paz e a justiça.
“Devemos parar de uma vez por todas com esse ódio político. As famílias não precisam ser mais destruídas devido a fatos como esse”. Para ele, é preciso garantir a democracia, respeitar o voto e a opinião do outro e não partir para a violência.
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Leonardo afirmou que a decisão da Justiça não significa que o bem venceu o mal, e sim que a verdade prevaleceu. Ele ainda lamentou pela família do assassino de seu pai. “O Guaranho vai cumprir a pena, mas a família dele deve estar sofrendo no momento.”
Viúva de Marcelo Arruda, Pâmela Silva declarou que o resultado do júri demonstra que a sociedade está atenta à questão da violência e das diferenças. “Devemos respeitar as diferenças, que não foi o caso de Guaranho, que invadiu a festa do Marcelo, provocou, xingou e matou.”
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Para ela, o dia de hoje encerra um capítulo no qual se conseguiu paz para Marcelo. “Agora é agradecer a todas as pessoas que estiveram do nosso lado, o carinho, as orações. A justiça foi feita.”
Pâmela agradeceu à sociedade curitibana e iguaçuense, ao Ministério Público, aos companheiros de militância e ao PT.
A família aguardou quase três anos pelo julgamento que culminou com a condenação de Guaranho. A sentença foi anunciada próximo das 14h desta quinta-feira. Apesar do resultado, a defesa ainda pode recorrer.
O réu foi condenado por homicídio duplamente qualificado: por motivo fútil (a divergência política) e por perigo comum (pelo fato de o acusado haver atirado contra a vítima em local com outras pessoas, colocando-as em risco).
Guaranho terá de cumprir 20 anos de prisão em regime fechado. Com a sentença, a medida cautelar de prisão domiciliar que ele tinha e cumpria em Foz do Iguaçu, foi revogada.
Caso Marcelo Arruda: Jorge Guaranho é condenado a 20 anos (h2foz.com.br)
Para Guaranho, o que aconteceu foi fatalidade
Em entrevista concedida nesta quinta-feira, 13, na entrada do Tribunal do Júri, em Curitiba, o ex-policial penal Jorge Guaranho classificou o crime cometido contra o guarda municipal e ex-tesoureiro do PT Marcelo Arruda como fatalidade.
“Eu não cheguei atirando como foi dito por aí, isso ficou muito claro, que ele apontou a arma para mim antes, andou para cima de mim, tacou pedra em mim e no meu filho. Então, era eu ou ele ali naquele momento”, alegou.
A defesa trabalhava com a tese de que o ex-policial agiu em legítima defesa e que o crime não tinha motivação política. No entanto, os apelos não foram suficientes para convencer os jurados.