Jornalista de Foz recebe Medalha Chico Mendes por promover os direitos humanos e a democracia

Aluízio Palmar será homenageado na premiação nacional durante evento nesta segunda-feira, 13, com transmissão on-line.

Aluízio Palmar será homenageado na premiação nacional durante evento nesta segunda-feira, 13, com transmissão on-line.

Em reconhecimento por sua atuação pelos direitos humanos e em favor da democracia, o jornalista, escritor e militante social Aluízio Palmar receberá a Medalha Chico Mendes de Resistência, homenagem de abrangência nacional. A solenidade será nesta segunda-feira, 13, às 18h, podendo ser acompanhada ao vivo em youtube.com/c/GrupoTorturaNuncaMaisRJ.

A premiação é do Grupo Tortura Nunca Mais, do Rio de Janeiro (GTNM/RJ), juntamente com outras entidades. A medalha faz homenagem a pessoas físicas e instituições nacionais ou internacionais por suas lutas na defesa dos direitos à vida e à liberdade e por uma sociedade plural, fraterna e sem torturas, reafirmando sua dignidade e sua memória.

Desde 1989, são concedidas dez medalhas anualmente, em diferentes categorias, de acordo com as áreas de atuação e lutas em prol dos direitos humanos acumuladas pelos congratulados. Entidades do Rio de Janeiro, por sua atuação militante na defesa dos direitos humanos, participam da escolha dos candidatos.

Aluízio Palmar militou na resistência à ditadura civil-militar assim que o país sofreu o golpe em 1964. Foi preso, torturado e viveu exilado em vários países da América do Sul, procurado pelas forças de repressão. De volta ao país, na década de 1980, editou o Jornal Nosso Tempo, periódico que era uma pedra no sapato do regime fardado já cambaleante e contra os interventores na administração municipal de Foz do Iguaçu.

É autor do livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos?”, publicado originalmente pela paranaense Travessa dos Editores e que ganhou uma edição atualizada da Editora Alameda, de São Paulo. A obra é resultado de mais de duas décadas de pesquisas a fim de desvendar o local exato em que foram enterrados seis guerrilheiros que estavam na Argentina e foram assassinados ao entrar no país, no Parque Nacional do Iguaçu, em uma emboscada feita por militares e seus “cachorros”.

Ao elucidar os últimos dias dos militantes de esquerda, Palmar reconta a história de um país golpeado, as lutas na Região Oeste e a sua própria história de combatente por democracia. O jornalista iguaçuense, aliás, era para estar entre as vítimas da emboscada e da chacina, não fosse sua intuição e senso de sobrevivência em tempos difíceis, quando campeava a violência institucionalizada de Estado.

Palmar integrou a Comissão da Verdade no Paraná e foi um dos reorganizadores do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDMP), entidade que presidiu até o início de dezembro deste ano. Pesquisador, mantém o portal Documentos Revelados, um dos mais abrangentes acervos documentais no país sobre o período ditatorial, fora do âmbito governamental.

Arte: Divulgação
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