Lideranças avá-guaranis da Região Oeste reivindicam do governo estadual a construção de mais escolas nas comunidades para evitar que crianças de 4 anos precisem frequentar a rede municipal sem saber falar o português. O pedido consta em um documento elaborado no nos dias 26 e 27, que será entregue ao governador Ratinho Junior com outras demandas.
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As lideranças representam 24 comunidades indígenas com mais de cinco mil pessoas. Dessas, apenas três comunidades possuem terras demarcadas, porém em áreas pequenas que impossibilitam o plantio para sustentar todos.
A principal preocupação dos guaranis é no setor da educação. Eles pedem que as novas escolas sejam até improvisadas ou em sistema modular porque consideram uma violência as crianças frequentarem colégios da cidade falando apenas o guarani. Os indígenas também querem mudança na merenda porque o excesso de alimentos industrializados modifica o paladar das crianças e introduz grande quantidade de produtos químicos no organismo delas.
Ainda em termos de educação, as comunidades solicitam a formação de mais professores, indígenas e não indígenas, e a contratação de psicólogos com formação etnológica para auxiliar no atendimento de jovens nas escolas. Também reivindicam que seja implantado no colégio Tekoha Anetete, em Diamante D´Oeste, o ensino médio porque a evasão é grande em razão da inadaptabilidade dos estudantes nas escolas da cidade.
Terra
Os guaranis ainda solicitam ao governo estadual apoio para solucionar o impasse fundiário que se arrasta há anos. O pedido é para que o estado ceda áreas do antigo Iapar, que estão ocupadas há mais de uma década, e retire a ação judicial contra as comunidades.
No documento ainda consta apoio para produção de alimentos, por meio de linhas de crédito, e que o ICMS ecológico seja revertido para as comunidades e não apenas aos municípios. Eles pedem também mais moradias.
Governo federal
Ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o principal pedido dos guaranis é em relação a reparações justas pelas perdas de terra causadas pela invasão de colonos e, tempos depois, em razão da formação do lago de Itaipu. No documento também é solicitada a oferta de crédito para lidar com a terra de acordo com a cultura indígena. Esse documento será entregue em Brasília na quarta-feira.
Os documentos foram elaborados após encontro de representantes das comunidades Tekoha Ocoy, Tekoha aty Mirim, Tekoha Yva renda, Tekoha V’ya Renda, Tekoha Curva Guarani, Tekoha Ara Porã, Tekoha Pyahu e Tekoha Itamarã. Essas áreas ficam em São Miguel do Iguaçu, Itaipulândia, Santa Helena e Diamante D´Oeste. A reunião foi realizada na reserva do Ocoy, em São Miguel do Iguaçu.
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